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Crise financeira travou globalização

Entre 1990 e 2007, a abertura de fronteiras e desmantelamento das taxas alfandegárias aumentou sempre. Mas a partir desse ano, como consequência da crise financeira, o processo não só se tornou mais lento como sofreu retrocessos.

António Canossa trabalha há 27 anos na mercearia 'Girassol de Benfica'
Miguel Baltazar/Negócios
01 de Setembro de 2016 às 11:04
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A crise financeira travou o processo de globalização, segundo um estudo encomendado pela Fundação Bertelsmann e realizado pelo instituto Prognos AG, que inclui 42 países.


O estudo assinala que entre 1990 - quando começou a realizar-se periodicamente o chamado relatório sobre a globalização -- e 2007, o processo de abertura de fronteiras e desmantelamento das taxas alfandegárias aumentou sempre.


No entanto, a partir de 2007 - e em parte como consequência da crise financeira de 2008 -, o processo não só se tornou mais lento como sofreu retrocessos.


O índice de globalização utilizado pelo Prognos AG, derivado do da Escola Técnica Superior de Zurique, subiu entre 1990 e 2007 de 46,4 pontos para 65,1 pontos.


Em sentido inverso, a partir de 2007 o índice começou a baixar e em 2011 estagnou. Em 2014, o índice, em média, para os 42 países analisados, era de 62,6 pontos.


Com os retrocessos entre 2007 e 2011, e a estagnação posterior, segundo o estudo, os benefícios da globalização tornaram-se menores.

No estudo anterior, que abarcava o período entre 1990 e 2011, calculou-se que a globalização gerou um aumento em média de 610 euros nos rendimentos por habitante nos países em análise.

No entanto, no período entre 1990 e 2014, o aumento médio dos rendimentos por habitante é apenas de 580 euros.

O estudo recorda que o processo de globalização durante os 24 anos estudados trouxe um aumento do PIB dos países estudados de 970.000 milhões de euros por ano e alerta que o proteccionismo não é uma resposta adequada à crise financeira.

"O proteccionismo não é uma resposta convincente à crise financeira. Necessitamos de novos impulsos de crescimento e uma maior integração internacional para aumentar o bem-estar dos países industrializados, dos países periféricos e dos países em vias de desenvolvimento", disse o presidente da Fundação Bertelsmann, Aart de Geus.

Os países industrializados foram os que mais beneficiaram com o processo de globalização, com o Japão a liderar o conjunto de nações que mais viram aumentar o seu rendimento anual por habitante, em 1.470 euros ao ano.

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