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Coreia do Norte ridiculariza "ladrar" de Trump. Seul envia ajuda humanitária para Pyongyang
O ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano afirmou que as ameaças de Trump não são mais do que "o som de um cão a ladrar". Apesar do escalar da tensão, a Coreia do Sul vai mandar 8 milhões de dólares para ajudar Pyongyang.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, Ri Yong Ho, desvalorizou as ameaças do presidente norte-americano, Donald Trump, que disse que os Estados Unidos poderão ver-se obrigados a destruir totalmente a Coreia do Norte se o país continuar com as ameaças.
Ri Yong Ho ridicularizou as declarações de Trump, dizendo que se tratou apenas do "som de um cão a ladrar".
"Há um ditado que diz: ‘Os cães ladram e a caravana passa’", afirmou o ministro norte-coreano em declarações aos jornalistas, citado pela Reuters. "Se Trump estava à espera de nos surpreender com o seu ladrar estava claramente a sonhar".
O comentário de Ri Yong Ho refere-se ao discurso proferido na terça-feira por Donald Trump na Assembleia Geral das Nações Unidas em que o presidente dos Estados Unidos chamou a Kim Jong-un o "homem-míssil", referiu-se ao regime de Pyongyang como um "bando de criminosos" e ameaçou destruir completamente a nação.
Trump garantiu nesse seu primeiro discurso na ONU que, se a América "for forçada a defender-se e defender os nossos aliados (Japão e Coreia do Sul), não teremos outra hipótese que não destruir totalmente" a Coreia do Norte.
O escalar da tensão levou o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, a afirmar esta quinta-feira que a situação na península coreana está a tornar-se mais séria a cada dia que passa e que não se pode permitir que fique descontrolada.
"Apelamos a todas as partes que fiquem calmas e não deixem a situação descontrolar-se", afirmou Wang, de acordo com a China News Service.
Coreia do Sul aprova pacote de ajuda humanitária para Pyongyang
Apesar das crescentes tensões com o vizinho do Norte, Seul aprovou esta quinta-feira um pacote de ajuda humanitária no valor de 8 milhões de dólares (6,7 milhões de euros) para Pyongyang.
As ajudas, aprovadas pelo governo de Moon Jae-un, são destinadas especialmente a crianças e mulheres grávidas e vão ser canalizadas através de organismos da ONU.
Segundo a Reuters, a decisão do executivo não é, porém, consensual, devendo penalizar a taxa de aprovação do presidente.
"Sempre dissemos que íamos continuar com a ajuda humanitária à Coreia do Norte, devido às condições em que se encontram crianças e grávidas, independentemente das questões políticas", sublinhou o ministro da Unificação Cho Myong-gyon.
O anterior Governo sul-coreano, que esteve no poder até Maio, tinha decidido suspender toda a ajuda humanitária ao país vizinho na sequência do quarto teste nuclear realizado em Janeiro de 2016. Esta é a primeira ajuda que Seul vai enviar para Pyongyang desde Dezembro de 2015.