Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

China e União Europeia à beira de acordo histórico

A China poderá abrir o espaço económico do país a um maior investimento da União Europeia. A notícia foi avançada esta terça-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, que afirmou terem sido feitos "avanços significativos" para que se chegue a um acordo.

Jason Lee/Reuters
29 de Dezembro de 2020 às 10:14
  • ...
A China e a União Europeia estão muito perto de chegar a um acordo que implicará a abertura da segunda maior economia do mundo a investimento europeu. 

Esta terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, confirmou terem sido feitos progressos para que seja formalizado um acordo entre Pequim e Bruxelas. 

"Graças a esforços dos dois lados, as conversações têm permitido fazer avanços significativos", afirmou o governante chinês. "Esperamos chegar a acordo o mais cedo possível, o que implicará a constituição de um quadro legal para futuras trocas comerciais e resultará em benefícios para os dois lados".

"As perspetivas são boas. Falta apenas acertar alguns pormenores", disse à Rueters uma fonte envolvida nas negociações. "Como as coisas estão de momento, o acordo deverá estar terminado na quarta-feira".

Desde 2013 que a China e a União Europeia estão em diálogo para tentar alcançar um acordo de investimento. A concretizar-se, esta será uma forma das duas potências ficarem menos dependentes dos Estados Unidos. A agência Bloomberg escreve mesmo que a aproximação do acordo só é possível graças à decisão de Donald Trump de retirar os norte-americanos da Organização Mundial do Comércio (World Trade Organization).

Caso o documento seja assinado, a União Europeia terá acesso a indústrias chinesas como a biotecnologia, as telecomunicações ou os automóveis, e o investimento europeu gozará de maior proteção no mercado chinês. Por outro lado, o acordo vai permitir à China contornar algumas leis regulatórias da União Europeia que proíbem subsídios às indústrias ou o controlo estatal de empresas.

A Reuters avança também que um dos principais objetivos da China com este acordo era conseguir entrar no mercado energético europeu, mas que o mesmo foi vedado por causa de questões relacionadas com segurança. A Comissão Europeia terá contentado Pequim com uma pequena fatia do setor das energias renováveis.

Nota ainda para o facto de a Polónia ter insistido para que a nova dinâmica comercial fosse discutida com o presidente-eleito norte-americano Joe Biden. Contudo, os restantes Estados-membros não concordaram com a opinião.

O fortalecimento dos laços comerciais com a União Europeia é também uma decisão geopolítica por parte da China, que tem procurado afirmar-se como a grande potência do século XXI.

A notícia de que um acordo deverá acontecer nos próximos dias é no entanto uma surpresa dada a evolução das relações entre as duas potências em 2020. Este ano, Bruxelas repudiou publicamente a interferência de Pequim em Hong Kong e acusou o governo de Xi Jinping de ter encetado uma campanha de desinformação acerca do novo coroanvírus.

(Notícia atualizada às 12h06 com mais informações)
Ver comentários
Saber mais China União Europeia Acordo
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio