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Chile cancela cimeira devido a protestos e adia encontro entre Trump e Xi
As fortes contestações sociais no Chile, que subiram de tom a 18 de outubro, levaram ao cancelamento da cimeira onde se iriam encontrar os presidentes da China e dos EUA, para uma nova ronda negocial.
A cimeira económica da Ásia-Pacífico, marcada para os dias 16 e 17 de novembro, em Santiago, no Chile, foi cancelada. A motivar esta decisão do governo chileno estão os fortes protestos que têm feito eco principalmente na capital do país.
"Entendemos perfeitamente a importância que a cimeira económica da Ásia-Pacífico e a conferência do clima têm para o Chile e para o mundo, mas baseámos a nossa decisão no senso comum", disse o presidente chileno, Sebastian Pinera. "O presidente precisa de pôr o seu povo acima de qualquer outra coisa", concluiu.
Este cancelamento obriga Xi Jinping e Donald Trump, presidentes da China e dos EUA, respetivamente, a adiarem o encontro, uma vez que se esperava que ambos selassem um acordo comercial provisório durante a cimeira. Trump tinha mesmo dito que esperava que a "fase um" do acordo com a China ficasse concluída.
Para já, ainda não se sabe quando e como os líderes das duas maiores economias do mundo se vão encontrar para resolver as diferenças que ainda pairam na sua relação. O acordo, iniciado no passado dia 11 de outubro, tinha acalmado os receios de um possível agravamento das tensões entre ambos os países.
O seu cancelamento "sugere que a incerteza da guerra comercial possa continuar por mais tempo", disse o economista-chefe do Deutsche Bank, à Bloomberg, acrescentando que "aumenta o risco de a fase dois ou fase três nunca chegarem a acontecer".
Para além da cimeira económica da Ásia-Pacífico, o governo do Chile anunciou também que a conferência sobre alterações climáticas das Nações Unidas, conhecida como COP25, e marcada para dezembro, também não se irá realizar.