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BRICS: Índia anuncia apoio a expansão do grupo, Lula insiste na moeda única

O segundo dia da Cimeira dos BRICS foi marcado por intervenções dos líderes nacionais sobre a guerra na Ucrânia, a abertura do grupo a novos países e sobre a possibilidade de criação de uma moeda única para transações internacionais.

A cimeira dos BRICS termina esta quinta-feira.
Marco Longari/AFP
23 de Agosto de 2023 às 16:26
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A 15.ª Cimeira dos BRICS avança para o segundo dia com o regresso aos temas quentes do bloco. A Índia anunciou o "apoio total" à expansão do grupo, Lula da Silva insistiu na ideia de uma moeda única e Xi Jinping falou de uma "mentalidade de Guerra Fria que assombra o nosso mundo" e de uma "situação geopolítica que está a ficar tensa". Já Vladimir Putin interveio à distância para criticar sanções à Rússia.

A expansão dos BRICS a novos países é um dos principais assuntos em cima da mesa nestes quatro dias. À partida para a cimeira, Rússia e China eram os únicos países abertamente favoráveis à entrada de novos países, mas nos últimos três dias houve um alinhamento de vontades, e agora todos mostram essa abertura.

No domingo, o líder sul-africano confirmou esse desejo, na terça-feira foi a vez do Presidente do Brasil anunciar o novo posicionamento e, esta quarta-feira, o chefe de Estado indiano deu a resposta positiva que faltava. "A Índia apoia plenamente a expansão dos BRICS e congratulamo-nos com o facto de avançarmos com um consenso sobre esta matéria", esclareceu Narendra Modi.

Lula insiste na moeda única, Xi Jinping fala de "Guerra Fria"

Na sua intervenção durante a sessão plenária, Lula da Silva voltou a insistir na ideia de criar uma moeda única para transações entre membros dos BRICS. O objetivo, defende, é "aumentar as opções de pagamento e reduzir vulnerabilidades". Já na intervenção de terça-feira, o Presidente do Brasil tinha feito o mesmo apelo, argumentando que os países não necessitam de depender do dólar americano para fazer transações.

A possibilidade de criação de uma moeda única para o bloco foi desvalorizada recentemente pelo economista que criou a sigla BRICS. Jim O’Neill apelidou mesmo a ideia de "ridícula".

Lula da Silva trouxe também o tema da guerra na Ucrânia, optando por apontar o conflito como evidência das "limitações do Conselho de Segurança" das Nações Unidas. Acrescentou que o grupo dos BRICS está preparado para contribuir para "um pronto cessar-fogo e uma paz justa e duradoura".

Depois da ausência inesperada no discurso de terça-feira, Xi Jinping veio a público neste segundo dia. Criticou a "mentalidade de Guerra Fria que ainda assombra o nosso mundo" e sublinhou que a "situação geopolítica está a ficar tensa". "Devemos expandir a cooperação política e de segurança para defender a paz e a tranquilidade", acrescentou.

O chefe de Estado chinês diz que a função dos BRICS também passa por "reduzir a temperatura" e ter um "papel importante em questões críticas e pressionar por uma solução política" para as situações de tensão no planeta. "Os BRICS devem manter-se no caminho do desenvolvimento pacífico e consolidar a parceria estratégica", defendeu na sua intervenção.

Putin, à distância, critica "sanções ilegítimas"

Vladimir Putin interveio à distância, através de um discurso pré-gravado, e, inevitavelmente, falou do conflito em território ucraniano para criticar o que considera serem "sanções ilegítimas" aplicadas ao seu país. O líder da Rússia está impedido de entrar em território sul-africano devido a um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional por alegados crimes de guerra na Ucrânia e, por isso, não viajou até Joanesburgo.

Putin diz que as tentativas do Ocidente de punir e isolar a Rússia "são prática ilegítima de sanções e congelamento ilegal de bens de estado soberanos". "O equivalente a atropelar todas as normas e regras básicas do livre comércio", acrescentou.

 

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