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Argentina deve regressar aos mercados de dívida na próxima semana

A Argentina prepara-se, segundo o Wall Street Journal, para regressar aos mercados de dívida após um interregno de 15 anos. O tesouro de Buenos Aires quer angariar mais de 10 mil milhões de euros.

Bloomberg
08 de Abril de 2016 às 10:14
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A Argentina está a preparar-se para regressar ao mercado de dívida na próxima semana depois de uma "pausa" superior a uma década. A informação está a ser avançada pelo jornal norte-americano Wall Street Journal (WSJ) e a ser citada pela imprensa económica espanhola. O jornal norte-americano assinala que representantes do Governo de Buenos Aires pretendem encontrar-se na próxima semana com investidores internacionais nos Estados Unidos, mais concretamente nas cidades de Nova Iorque, Los Angeles e Washington.

A Argentina pretende lançar uma emissão de obrigações no valor de 12,5 mil milhões de dólares – perto de 11 mil milhões de euros. Esta será a primeira vez que o país vai levantar fundos nos mercados externos desde 2001, ano em que entrou em incumprimento face aos credores internacionais. A 22 de Março já tinham surgido notícias que davam conta que a Argentina estava a preparar o regresso aos mercados pela primeira vez depois do "default" em 2001.

Uma carta, à qual o WSJ teve acesso esta quinta-feira, foi enviada a potenciais investidores pelo Deutsche Bank, um dos quatro bancos encarregados de levar a cabo a emissão de obrigações argentinas. As restantes três instituições são: o grupo espanhol Santander, o britânico HSBC e o norte-americano JP Morgan, escreve o jornal espanhol Expansión.

Buenos Aires pretende usar estes fundos para reembolsar os credores que detêm dívida em situação de incumprimento. A 31 de Março, o Senado argentino deu luz verde ao pagamento aos credores, colocando um ponto final a um diferendo com 15 anos e que fazia da Argentina um pária do mercado financeiro global. A abolição das leis que impedem os pagamentos aos credores já havia sido aprovada pela Câmara baixa do Congresso.

O Morgan Stanley, citado pelo WSJ, estima que a Argentina precisa de levantar 20 mil milhões de dólares em dívida externa este ano. Os analistas, também citados pela mesma fonte, defendem que o grande desafio que a Argentina enfrenta é captar o interesse de investidores além dos tradicionais interessados nos mercados emergentes.

Mauricio Macri: no poder há menos de seis meses

Mauricio Macri (na foto) foi eleito presidente da Argentina no final de Novembro de 2015. E a sua eleição colocou um ponto final a 12 anos de presidência da esquerda de Kirchner. Na altura era já antecipado que a segunda maior economia da América do Sul deveria passar por algumas mudanças, dado que o campo ideológico de quem ocupa a presidência é distinto de Cristina Kirchner.

As propostas de Macri passam, conforme relembrava na altura a Bloomberg, pelo levantamento de controlos cambiais, corte na inflação (neste momento, encontra-se em dois dígitos) e um contacto mais próximo com os investidores internacionais. Um trabalho difícil para uma economia que já entrou em "default" – ao não pagar o que devia aos seus credores.

Nestes menos de seis meses no poder, Macri recebeu a visita oficial do presidente dos Estados Unidos, a 23 e 24 de Março. Numa conferência de imprensa conjunta com o presidente argentino, Barack Obama elogiou o Chefe de Estado deste país da América Latina e disse que os Estados Unidos estão preparados para trabalhar com a Argentina.

"Macri impressionou-me favoravelmente. Foi rápido em realizar reformas que geram crescimento económico. A Argentina está a ocupar o seu papel na região. Macri é um exemplo para os países da região", disse Obama na declaração conjunta com o Presidente, onde também se referiu vagamente à gestão que Macri fez na disputa com os fundos especulativos com quem acabou por chegar a acordo no final de Fevereiro.

"A abordagem construtiva de Macri abriu a possibilidade para que haja una solução para estabilizar a situação financeira", disse ainda na altura.

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