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Amnistia critica Portugal por erosão dos direitos dos deficientes e más condições nas prisões

Restrição de direitos das pessoas com deficiência decorrente da crise e relatos de maus tratos nas prisões, onde continuam inadequadas as condições prisionais: são estas as principais críticas a Portugal no último relatório da Amnistia Internacional.

1 de Abril de 2011-  Fitch corta 'rating' de Portugal em três níveis para próximo de 'lixo', de 'A-' para 'BBB-'. Quatro dias depois a Moody’s reduz a notação financeira do país para Baa1 e admite voltar a cortar.
22 de Fevereiro de 2017 às 00:27
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O relatório "O Estado dos Direitos Humanos no Mundo" 2016/17 divulgado esta quarta-feira, 22 de Fevereiro, pela Aministia Internacional, faz um resumo sobre a situação mundial em 2016 e traça os desafios e expectativas para este ano. Tem mais de 400 páginas, mas apenas duas sobre Portugal, e mesmo assim assinalando tantas conquistas como críticas.

 

No documento assinala-se que Portugal "continuou a não garantir que os crimes de ódio fossem proibidos por lei, e não tinha criado um sistema nacional de recolha de dados sobre os crimes de ódio".

 

E lembra que em Abril o Comité das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência pediu a Portugal que revisse as medidas de austeridade, que reduziram os serviços disponibilizados às pessoas portadoras de deficiência "e que conduziram muitas delas à pobreza ou à pobreza extrema".

 

Citando a Comissão Europeia Contra o Racismo e a Intolerância os responsáveis pelo documento dizem também que, conforme relatório de Junho, Portugal não tinha desenvolvido na totalidade as medidas que tinham sido recomendadas em 2013 para diminuir o racismo e a discriminação contra as comunidades ciganas.

 

"Ocorreram denúncias de uso desnecessário ou excessivo da força pelos agentes encarregues de aplicar a lei. Em Outubro, de acordo com um relatório de uma organização não-governamental portuguesa, 13 presos foram espancados por guardas prisionais durante a inspeção das respetivas celas na Prisão da Carregueira, em Lisboa. Pelo menos três deles precisaram de receber tratamento hospitalar", diz-se ainda no documento.

 

E acrescenta-se que as condições prisionais permaneceram inadequadas e que "em algumas prisões eram degradantes", havendo "falta de higiene, má qualidade da comida, falta de cuidados médicos e de acesso a medicamentos".

 

No relatório lembra-se também novas leis sobre direitos das pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais, e novas leis sobre direitos sexuais e reprodutivos e sobre violência contra mulheres e raparigas. Aponta-se ainda que "persiste a discriminação das comunidades ciganas".

 

Sobre refugiados e migrantes o documento dá conta do desalojamento de quatro famílias de migrantes em Outubro passado pela Câmara da Amadora.

 

A Amnistia alerta, no seu relatório, para o facto de as "políticas de demonização" estarem a alimentar a divisão e o medo a nível global, com um perigoso risco de efeito de dominó por parte de países poderosos que fizeram recuos preocupantes nos compromissos de direitos humanos.

 

O documento avalia 159 países em termos de direitos humanos. E diz que a "retórica tóxica" de políticos criou um mundo mais dividido e mais perigoso.

 

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