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China cresce ao ritmo mais lento em sete anos mas cumpre expectativas
A economia chinesa deu sinais de estabilização no primeiro trimestre, com o PIB a crescer em linha com as projecções dos economistas e no intervalo definido pelo Governo.
A economia chinesa cresceu 6,7% no primeiro trimestre do ano face ao período homólogo, ligeiramente abaixo do registado no quarto trimestre (6,8%), mas em linha com as expectativas dos analistas.
O crescimento do PIB foi o mais baixo desde o primeiro trimestre de 2009 (6,2%), mas situa-se também confortavelmente no intervalo definido pelo Governo chinês, que prevê a economia a crescer entre 6,5% e 7% este ano.
Em 2015 a economia chinesa cresceu ao ritmo mais lento dos últimos 25 anos (6,9%) e vários analistas temiam uma travagem mais acentuada no arranque deste ano, o que não está para já a acontecer.
Além dos dados do PIB, o gabinete de estatística chinês divulgou outros indicadores económicos, que foram favoráveis. A produção industrial em Março aumentou 6,8%, acima da estimativa de 5,9%. E as vendas a retalho cresceram 10,5%, em linha com as previsões dos economistas (10,4%).
Os economistas acreditam que o pior período para a segunda maior economia do mundo poderá ter ficado para trás. No primeiro trimestre o investimento disparou 10,7%, o que se situa acima do esperado (10,3%) e dá sinais positivos par ao resto do ano.
No primeiro trimestre, a economia registou um "desenvolvimento equilibrado", afirmou o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) em comunicado, acrescentando que as figuras revelam "sinais positivos nos principais indicadores".
"Devemos estar cientes de que atravessamos um momento crítico na transformação e melhoria [da estrutura industrial], assim como na substituição de velhos motores de crescimento por novos", acrescentou, citado pela Lusa.
Pequim está a encetar uma transição no modelo económico do país, visando uma maior preponderância do sector dos serviços e o encerramento de unidades de indústria pesada vistas como "improdutivas". Apesar dos sinais positivos, o GNE alertou que "as dificuldades do ajustamento estrutural persistem e a pressão descendente na economia não pode ser ignorada".
"A economia estabilizou devido à injecção de liquidez e melhoria do sentimento no mercado imobiliário", comentou à Bloomberg um economista do Credit Suisse. O financiamento dos bancos chineses quase duplicou para 1.370 mil milhões de yuans.
As melhores condições oferecidas pelos bancos provocaram um aumento de 71% nas vendas de casas em Março, sendo que o investimento em imobiliário avançou 6,2%.
(notícia actualizada às 8:00 com mais informação)