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António Costa vai à China antes de entregar Orçamento

Numa altura em que o BCP negoceia a entrada da Fosun, e depois de Marcelo ter avisado os EUA que os chineses perceberam que Portugal é uma "boa porta de entrada para a Europa", o primeiro-ministro tem uma visita oficial à China. E só volta a dois dias de entregar o OE.

Bruno Simão
23 de Setembro de 2016 às 13:09
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António Costa vai à China. Uma visita oficial que irá decorrer entre 8 e 12 de Outubro. O regresso do primeiro-ministro acontece dois dias antes da data em que o Governo se comprometeu a entregar o Orçamento do Estado.

 

"O primeiro-ministro efectua uma visita oficial à República Popular da China, onde se inclui uma deslocação à Região Administrativa especial de Macau, entre os dias 8 e 12 de Outubro", indica uma nota enviada às redacções pelo gabinete de imprensa de António Costa esta sexta-feira, 23 de Setembro. 

 

A viagem oficial ocorre num momento em que se está a negociar a entrada de investimento chinês na banca nacional. A Fosun, que já tem a Fidelidade e a Luz Saúde, está em negociações com o BCP para adquirir 16,7% do capital do banco (ou até 30% num segundo momento). Até ao final de Setembro, a gestão de Nuno Amado já tem de ter as negociações fechadas para, a partir daí, arrancarem os formalismos para concretizar o investimento.

 

Aliás, o Presidente da República mencionou, ainda que indirectamente, este facto na visita oficial aos Estados Unidos. "Temos tido outros investimentos e pessoas vindas de outros lugares, por exemplo, da China. Os chineses entraram no nosso sector energético, estão a ficar mais fortes no sector financeiro", declarou Marcelo Rebelo de Sousa, citado pela Lusa.

 

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, depois de países europeus, dos EUA e de Angola, a China é o principal destino das exportações nacionais. No que diz respeito às importações portuguesas, o país asiático fica apenas atrás de mercados europeus superando os EUA e Angola.

 

Viagem após "Pan European Days"

 

António Costa vai à segunda maior economia do mundo depois de terem lá estado seis das principais empresas portuguesas. Galp, EDP, REN, CTT, Nos e Mota-Engil integram a comitiva nacional que participa, de 27 a 29 de Setembro, nos "Pan-European Days" na China, o primeiro evento deste género que acontece naquele mercado (até aqui, só tinha ocorrido em Nova Iorque e Boston). Este evento, organizado pela Euronext, que gere quatro bolsas europeias incluindo a de Lisboa, pretende dar a conhecer cotadas portuguesas a investidores chineses.

 

O agradecimento aos chineses há ano e meio

 

Recuando ano e meio, até Fevereiro de 2015, António Costa e a China já estiveram próximos: num discurso no Casino da Póvoa, o então líder da oposição agradeceu aos chineses o seu papel em Portugal.

 

"Disseram presente, vieram e deram um grande contributo para que Portugal pudesse estar hoje na situação em que está, bastante diferente daquela em que estava há quatro anos atrás", declarou o líder socialista. O discurso levou o Governo de Passos Coelho a dizer que, afinal, tinha feito um trabalho positivo para o país melhorar naquele período. Na altura, também houve críticas internas, nomeadamente do fundador do PS Alfredo Barroso que acusou Costa de "prestar vassalagem à ditadura comunista e neoliberal da República Popular da China".

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