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Trump pondera perdão presidencial preventivo para os filhos e Giuliani

A semanas de abandonar a Casa Branca, surgem rumores que Donald Trump pondera absolver a sua familia e advogado de possíveis crimes e fraudes. Contudo, Guiliani nega alegações quanto a um possível perdão presidencial.

Reuters
Negócios 02 de Dezembro de 2020 às 19:24
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Donald Trump discutiu com os seus conselheiros conceder um perdão presidencial preventivo aos seus três filhos mais velhos, ao seu genro e ao seu advogado, Rudy Giuliani, de acordo com a Bloomberg.

O antecessor de Biden está agora, a semanas de abandonar a Casa Branca, preocupado com o Departamento de Justiça norte-americano, que a seu ver procurará vingar-se do polémico presidente. A sua inquietação fá-lo ponderar perdoar os três filhos mais velhos - Donald Jr. Eric Trump e Ivanka Trump -, Jared Kushner (o marido da filha e conselheiro da Casa Branca) e o seu advogado, por medo que estes sofram repercussões por parte do governo de Biden.

Este perdão surge ligado a diversas controvérsias a que estão associados os seus familiares e o advogado de Trump. As especulações sobre os perdões de Trump, levantam suspeitas quanto ao trabalho realizado pelo governo do mesmo, dominado por investigações e processos criminais.

Donald Trump Junior foi investigado por Robert Mueler, um advogado especial, pelos seus contactos com os russos, aos quais oferecia supostamente informações prejudiciais relativamente a Hillary Cliton, no decorrer da campanha eleitoral de 2016, não tendo, contudo, sido formalmente acusado. Já, Kushner é acusado de fornecer informações falsas às autoridades federais.

Quanto aos dois filhos mais novos e a Guiliani, não existem informações claras quanto a eventuais práticas ilegais, sendo desconhecida a natureza das preocupações de Trump. Ainda assim, sabe-se que o advogado é investigado por autoridades federais de Manhattan, devido aos seus negócios na Ucrânia e quanto ao seu papel no despedimento do embaixador americano no país. Guiliani levantou também suspeitas por pedir 20 mil dólares por dia a Trump, para demonstrar que nas eleições presidenciais de dia 3 de novembro houve fraude fiscal.

A notícia de um possível perdão presidencial a membros da familia de Trump foi avançada pela ABC News na terça-feira (dia 1 de dezembro). O advogado de Trump já manifestou o seu parecer no Twitter, rede social online muito utilizada por Donald Trump, negando a veracidade das afirmações.

 

Caso Trump avance com esta medida, que livra de acusações e condenações os perdoados, não será o primeiro na história norte-americana a fazê-lo. O caso mais icónico desta prática ocorreu com o presidente Gerald Ford, que perdoou Richard Nixon por todas as suas ações enquanto chefe de Estado.
Contudo, é de salientar que um perdão presidencial não oferece proteção contra crimes estaduais ou locais.

Na semana passada Donald Trump perdoou o seu ex-conselheiro de segurança Michael Flynn, que era acusado de mentir às autoridades federais. Depois deste perdão as expectativas de que o ex-presidente norte-americano conceda perdões a colaboradores seus e familiares aumentaram.

"O poder de perdão tem sido usado por muitos presidentes de formas politicamente egoístas, como no exemplo de George H.W. Bush e de Clinton", disse Jack L. Goldsmith, professor da Universidade de Direito de Harvard. Reforçando ainda que "politicamente, o perdão de Giuliani (o advogado de Trump) seria explosivo, mas perdoar amigos já foi feito antes", citado pelo New York Times.

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