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Trump substitui chefe de gabinete

Em rota de colisão com o director de comunicação Anthony Scaramucci, Reince Priebus deixa a Casa Branca. Vai ser substituído por John F. Kelly, secretário da Segurança Interna.

28 de Julho de 2017 às 21:59
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a substituição do seu chefe de gabinete, Reince Priebus, numa altura em que este responsável estava em rota de colisão com o director de comunicação da Casa Branca, Anthony Scaramucci.

Segundo Trump anunciou esta sexta-feira, 28 de Julho, através da rede social Twitter, Priebus, há seis meses no cargo - desde a tomada de posse do novo presidente - será substituído pelo general reformado John F. Kelly, até aqui secretário da Segurança Interna.




"Tenho o prazer de vos informar que nomeei o General/Secretário John F Kelly como Chefe de Gabinete da Casa Branca. É um Grande Americano.... ...e um Grande Líder. O John fez um trabalho espectacular na Segurança Interna. Foi uma verdadeira estrela da minha Administração. Gostaria de agradecer a Reince Priebus pelo seu serviço e dedicação ao seu país. Conseguimos muito juntos e estou orgulhoso dele!," referem as três mensagens colocadas no Twitter por Donald Trump. 

As mensagens são omissas sobre se a saída do cargo foi determinada pelo presidente ou se foi Reince Priebus que pediu a demissão. Contudo, o The New York Times refere que Priebus foi "afastado".

Posteriormente, em declarações à CNN, Priebus garantiu ter sido ele a pedir a demissão esta quinta-feira e negou que Trump lhe tenha pedido para sair.

John F. Kelly, general de 4 estrelas da Marinha, tem 67 anos e ocupava a liderança do departamento de Segurança Interna desde a posse de Trump, a 20 de Janeiro passado. Segundo o The New York Times, vários conselheiros do presidente se opuseram a esta escolha, alegando falta de experiência política e administrativa necessária para a condução dos assuntos na Casa Branca.

O anúncio surge 24 horas depois de a The New Yorker ter tornado pública uma conversa entre o novo director de comunicação da Casa Branca, Anthony Scaramucci, na qual este se referia em tom ofensivo a Reince Priebus - "Reince é um esquizofrénico paranóico, um paranóico" , sugerindo que seria ele a fonte de várias fugas de informação da Casa Branca.

Nessa mesma conversa, Scaramucci informou também em primeira mão o jornalista de que a saída de Priebus estaria iminente, o que veio agora a confirmar-se. "Vão pedir-lhe que se demita muito em breve," concretizou.

O The New York Times acrescenta que Priebus nunca mereceu a total confiança de Donald Trump durante os meses em que ocupou o cargo nem teve o apoio necessário para fazer as transformações organizacionais necessárias.

Por outro lado, Priebus sempre se opôs à entrada de Scaramucci na Casa Branca, o que veio a acontecer há uma semana, quando foi nomeado para director de comunicação e a reportar directamente a Trump e não a Priebus.

O chefe de gabinete agora de saída tem um percurso político dentro do partido republicano, a cujo comité nacional chegou a presidir, tendo na altura hesitado em secundar a candidatura de Trump.

Mais uma cabeça que rola em Washington

Priebus é apenas a mais recente de várias baixas na equipa de Trump - ou dela dependente - que ganharam visibilidade nos últimos meses. Steve Bannon foi afastado do Conselho de Segurança Nacional em Abril, depois de em Fevereiro também Michael Flynn - igualmente conselheiro de segurança - ter saído devido aos seus contactos não declarados com responsáveis russos.

Há uma semana saiu Sean Spicer, porta-voz da Casa Branca, que discordou da contratação de Scaramucci. Esta quinta-feira, nova baixa: o principal conselheiro do presidente para o Médio Oriente foi afastado, sem que as razões tenham sido conhecidas.  

E nos últimos dias foi o próprio Trump a sugerir que Jeff Sessions, o procurador-geral que ele mesmo escolheu, se devia demitir, depois de uma torrente de críticas à sua actuação na investigação aos e-mails de Hillary Clinton e por se ter afastado da investigação sobre a influência russa nas eleições presidenciais, por ter tido contactos prévios com personalidades ligadas a Moscovo.

Por causa das investigações a Hillary, também o director do FBI, James Comey, foi removido em Maio do cargo, tendo sido mais tarde sugerido que Trump lhe teria pedido que fosse brando na investigação sobre as relações de Michael Flynn com a Rússia.

(Notícia actualizada às 00:40
de sábado, 29 de julho, com declarações de Reince Priebus)
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