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Temer: "Vamos tirar o país desta grave crise"

Na primeira intervenção pública como presidente interino do Brasil, Michel Temer disse que o maior desafio é estancar "a queda livre da gestão económica". Prometeu manter todos os programas sociais e cortar na demais despesa, a começar pelos custos do seu governo.

Reuters
12 de Maio de 2016 às 23:24
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"É urgente pacificar a nação" e fazer "um governo de salvação nacional" e a primeira prioridade será a recuperação da economia. "Vamos tirar o país desta grave crise que enfrentamos", garantiu Michel Temer, que subiu a presidente interino do Brasil nesta quinta-feira, 12 de Maio, depois de o Senado ter decidido que irá julgar Dilma Rousseff por crimes de responsabilidade na gestão das contas do país - a sentença final será conhecida, o mais tardar, dentro de seis meses, período durante o qual a presidente será afastada da condução do país.

 
"O Brasil vive hoje a sua pior crise económica. São 11 milhões de desempregados, inflação de dois dígitos, o nosso maior desafio é estancar o processo de queda livre da gestão económica, afirmou na sua primeira intervenção pública como presidente interino do Brasil. Para isso, é preciso "restaurar o equilíbrio das contas públicas". "A primeira medida na linha desta redução, está, ainda que modestamente, aqui representada", disse Temer que apresentou hoje mesmo o seu governo, com 21 ministros, menos dez do que o anterior de Dilma.

 

"Quero também remover a incerteza introduzida pela inflação. Quem sofre é a classe trabalhadora", afirmou, ao acrescentar estar igualmente confiante na capacidade de o país recuperar a credibilidade internacional, fundamental para garantir o seu financiamento a taxas de juros sustentáveis e evitar um pedido de empréstimo ao FMI.

Temer disse que avançará com a reforma da Segurança Social e das pensões "sem alterar os direitos adquiridos" e que manterá os programas sociais. "O Brasil ainda é um país pobre. Reafirmo, vamos manter os programas sociais. O Bolsa-Família, o Pronatec, o Fies, o Prouni, o Minha Casa, Minha Vida, entre outros, são projetos que deram certo. Terão sua gestão premiada. Vamos acabar com o hábito no Brasil de destruir o que foi feito e deu certo". 


"Vamos precisar muito da governabilidade. O povo precisa aplaudir nossas medidas. A Lava-Jato tornou-se referência, e portanto deve ter prosseguimento", acrescentou, numa referência à operação conduzida pelo juiz Sérgio Moro que está a deslindar a que será a maior rede de corrupção no país, centrada na Petrobras, e que lançou estilhaços em grande parte da elite política, designadamente no seio do PMDB de Temer que, tendo sido citado por delatores, não é alvo de qualquer investigação - pelo menos, por agora.

Quanto à situação política disse que "não é momento de celebrações mas para uma profunda reflexão" e lançou a ponta ao PT. "Faço questão de declara meu absoluto respeito institucional à senhora presidente Dilma Rousseff. Não discuto as razões, mas quero sublinhar a importância do respeito às instituições, e a liturgia das questões institucionais. Palavras serão propagadoras da paz, da moderação dos brasileiros. Tudo que disse faz parte de um ideário não em busca da unanimidade, mas um princípio de diálogo".

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