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Temer: "Vamos tirar o país desta grave crise"
Na primeira intervenção pública como presidente interino do Brasil, Michel Temer disse que o maior desafio é estancar "a queda livre da gestão económica". Prometeu manter todos os programas sociais e cortar na demais despesa, a começar pelos custos do seu governo.
"É urgente pacificar a nação" e fazer "um governo de salvação nacional" e a primeira prioridade será a recuperação da economia. "Vamos tirar o país desta grave crise que enfrentamos", garantiu Michel Temer, que subiu a presidente interino do Brasil nesta quinta-feira, 12 de Maio, depois de o Senado ter decidido que irá julgar Dilma Rousseff por crimes de responsabilidade na gestão das contas do país - a sentença final será conhecida, o mais tardar, dentro de seis meses, período durante o qual a presidente será afastada da condução do país.
"O Brasil vive hoje a sua pior crise económica. São 11 milhões de desempregados, inflação de dois dígitos, o nosso maior desafio é estancar o processo de queda livre da gestão económica, afirmou na sua primeira intervenção pública como presidente interino do Brasil. Para isso, é preciso "restaurar o equilíbrio das contas públicas". "A primeira medida na linha desta redução, está, ainda que modestamente, aqui representada", disse Temer que apresentou hoje mesmo o seu governo, com 21 ministros, menos dez do que o anterior de Dilma.
"Quero também remover a incerteza introduzida pela inflação. Quem sofre é a classe trabalhadora", afirmou, ao acrescentar estar igualmente confiante na capacidade de o país recuperar a credibilidade internacional, fundamental para garantir o seu financiamento a taxas de juros sustentáveis e evitar um pedido de empréstimo ao FMI.
Temer disse que avançará com a reforma da Segurança Social e das pensões "sem alterar os direitos adquiridos" e que manterá os programas sociais. "O Brasil ainda é um país pobre. Reafirmo, vamos manter os programas sociais. O Bolsa-Família, o Pronatec, o Fies, o Prouni, o Minha Casa, Minha Vida, entre outros, são projetos que deram certo. Terão sua gestão premiada. Vamos acabar com o hábito no Brasil de destruir o que foi feito e deu certo".
"Vamos precisar muito da governabilidade. O povo precisa aplaudir nossas medidas. A Lava-Jato tornou-se referência, e portanto deve ter prosseguimento", acrescentou, numa referência à operação conduzida pelo juiz Sérgio Moro que está a deslindar a que será a maior rede de corrupção no país, centrada na Petrobras, e que lançou estilhaços em grande parte da elite política, designadamente no seio do PMDB de Temer que, tendo sido citado por delatores, não é alvo de qualquer investigação - pelo menos, por agora.