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Novo Governo brasileiro prepara pacote de privatizações - Globo
Sectores da energia, correios, portos, aeroportos e financeiro estão na lista de prioridades para abertura a capital privado. Venda de nove das maiores empresas permitiria encaixe potencial superior a 40 mil milhões de euros.
O Governo interino no Brasil, que tomou posse na passada quinta-feira, liderado por Michel Temer, está a preparar a venda de participações do Estado em empresas estatais e privadas, avança este domingo o jornal "O Globo".
De acordo com aquela publicação, o programa de vendas – através do qual o sucessor de Dilma Rousseff pretende que seja alcançado o equilíbrio das contas públicas e resolver problemas de sustentabilidade das companhias – inclui a abertura a privados do capital dos Correios, da Casa da Moeda, da Infraero (a empresa que gere 60 aeroportos no país e que já privatizou parcialmente cinco aeroportos) e das companhias Docas (gestoras de portos marítimos).
No caso dos Correios, que enfrentam prejuízos e têm abertura a privados prevista há cinco anos, a solução pode passar pela sua venda em parcelas.
No sector financeiro planeia-se a privatização da Caixa Seguros (parceria entre a Caixa Económica Federal e os franceses da CNP Assurances) e do Instituto de Resseguros do Brasil, que chegaram a iniciar o processo de cotação em bolsa, suspenso com a degradação das condições do mercado no país. Também a gestora de participações sociais do Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social (BNDES), a BNDESPar, deverá estar no pacote.
Na venda de participações públicas em empresas do sector eléctrico prevê-se que possa ser entregue a privados parte do capital de até 230 empresas, 179 das quais estão nas mãos da empresa Eletrobras (controlada pelo Governo brasileiro) e que incluem equipamentos de geração e distribuição de energia e parques eólicos.
A publicação refere que a lista de privatizações já estava a ser preparada em segredo pelo Governo do PT liderado por Dilma.
Se fosse vendida a participação total do Estado em nove empresas – Petrobras, Banco do Brasil, Eletrobras, Caixa, Correios, Infraero, IRB, Banco da Amazónia e a totalidade das participações da BNDESPar – o encaixe para o Estado seria de 172,3 mil milhões de reais (43,13 mil milhões de euros), de acordo com as contas feitas por uma consultora para "O Globo".