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Clinton faz pedidos na derrota: de desculpas e de mente aberta para Trump

Emocionada, mas contendo-se, Hillary Clinton fez o discurso de derrota muitas horas depois de ter sido considerada vencida. Um discurso que encerrou vários pedidos. Um foi o de desculpas pela derrota. Também pediu para se aceitar o resultado e ainda fez o pedido de se ter mente aberta para Trump. Pediu ainda, e prometeu, continuar a lutar.

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09 de Novembro de 2016 às 17:21
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Um grupo "muito barulhento", que não terminava os aplausos, recebeu Hillary Clinton num hotel em Nova Iorque para o discurso da derrota, horas depois de Donald Trump ter feito o discurso da vitória.

E foi sobre o telefonema que lhe fez que começou o discurso, assumindo tê-lo felicitado e ter-se oferecido para trabalhar em conjunto. "Espero que seja um presidente bem sucedido para todos os americanos". 

Os pedidos começaram logo aí. Primeiro o de desculpas por não ter vencido as eleições. "Não é o resultado que queríamos e peço desculpa por não termos ganhado esta eleição pelos valores e visão que partilhamos". É doloroso, admitiu, "vai sê-lo por um longo período de tempo", mas "quero lembrar-me disto. A nossa campanha nunca foi sobre uma pessoa, é sobre construir um país que amamos. Percebemos que o país está mais dividido do que pensávamos".

Daí o segundo pedido: "aceitar o resultado e olhar para o futuro". Um futuro com Donald Trump. "Donald Trump vai ser o nosso presidente". E com a declaração novo pedido: "Devemos-lhe uma mente aberta e a oportunidade de liderar".

Mas sem nunca esquecer os valores que defende, aproveitando para deixar a mensagem de integração e diversidade, que foi afastada de muitos discursos de Trump durante a campanha. 
"Acreditamos que o sonho americano é para todos, independentemente da raça, religião, para os homens e mulheres, emigrantes, comunidade LGBT, pessoas com incapacidades, para toda a gente". Um discurso de integração que Donald Trump acabou por fazer na vitória. 

Depois desta referência directamente ao ataque, Clinton deixou um pedido, mas também uma promessa. Lutou por esses valores e vai continuar a lutar. E pede que quem acredita neles também continue a lutar. "A nossa democracia constitucional exige uma participação a todo o momento", para "fazer tudo para avançar os valores que consideramos queridos". E acrescentou: "A nossa responsabilidade enquanto cidadãos é continuarmos a fazer a nossa parte", para tornar a América "mais justa".

A derrota é dolorosa "mas nunca deixem de acreditar que lutar pelo que acreditam vale a pena", pedindo uma transferência pacífica de poder. E directamente às mulheres falou de que um dia uma mulher chegará à Casa Branca. "Mais cedo do que se calhar agora acreditamos".

Uma palavra ainda para Barack e Michel Obama, de quem o país terá uma dívida de gratidão. Ainda assim, no seu caso, o apoio da família Obama foi insuficiente para garantir uma vitória a Clinton. 

Com Bill Clinton e a filha Chelsea presentes no momento da derrota, agradeceu à família e aos apoiantes e à sua equipa da campanha. Não falou do seu futuro. Nem de como acabou por ter mais votos que Trump, insuficientes para garantir o mais elevado cargo da nação. Esse assunto tinha sido, antes, abordado por Tim Kane, que seria o seu vice-presidente. Foi Kane o escolhido para estender o tapete do palco a Clinton e foi ele que recordou que houve mais votos em Clinton do que em Trump.

Quase a encerrar agradeceu ao país "por tudo o que me deu. Agradeço todos os dias por ser americana". E é com esse patriotismo que diz acreditar que "se nos mantivermos juntos e trabalharmos juntos os nossos melhores dias ainda virão. Acredito que somos mais fortes juntos e vamos avançar juntos", declarou, recordando o lema da sua campanha: "mais fortes, juntos".

Emocionada, concluiu: "Deus abençoe os Estados Unidos". E foi sob aplausos que terminou um discurso em que sorriu, mas num tom de desapontamento. Na CNN dizia-se que o discurso tinha demorado pelo facto de não ser esse o cenário que estava preparado. As bandeiras americanas de fundo mantiveram-se lá. O fato talvez também fosse outro. O preto e a púrpura foram as escolhas da derrota, tanto de Hillary como de Bill.

(Notícia actualizada às 18:00)
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