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Bernanke quer manter compra de activos para proteger economia

O presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos defende a manutenção do programa de compra de activos até que a economia do país recupere e o mercado laboral dê sinais de melhorias sustentáveis.

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O prolongamento do programa de compra de activos por parte do banco central está a dividir os membros do comité de operações de mercado aberto (FOMC, na sigla original). De um lado estão os que defendem, tal como Bernanke, que este programa está a ajudar a recuperar a economia, sem risco inflacionistas ou de bolhas de activos.  

 

Outros membros, porém, defendem que o programa deve ser reduzido devido à quantidade de activos que se encontra no balanço da entidade presidida por Ben Bernanke. O balanço da Fed já ascende aos 3 biliões de dólares (2,2 biliões de euros) e, segundo o "Financial Times", poderá superar os 4 biliões (3 biliões de euros) caso o programa se mantenha até ao final do ano.

 

Por parte destes membros, existe ainda o receio de que o valor do balanço da Fed encoraje os investidores a assumirem mais riscos. Receio que não é partilhado por Ben Bernanke. "Não prevemos que os potenciais custos de um aumento da tomada de riscos em alguns mercados financeiros superem os benefícios de promover uma economia mais forte”, afirmou Bernanke no Comité Bancário do Senado dos Estados Unidos, citado pela agência Bloomberg, acrescentando que "nas actuais circunstâncias, a política que está a ser seguida pelo banco ajuda a diminuir os riscos de todo o sistema".

 

Apesar das divisões que existem dentro do comité, este decidiu no último encontro de Janeiro manter as compras de 45 mil milhões de dólares em títulos de dívida norte-americanos e de 40 mil milhões de dólares em títulos de dívida hipotecária.

 

À espera que o mercado laboral recupere


O presidente da Fed garantiu que o banco central irá manter a compra de activos até que o mercado laboral mostre "melhorias significativas". O programa – a par com uma taxa de juro próxima do zero – está, segundo Bernanke, a ter um papel importante na recuperação da economia dos Estados Unidos.

 

"Manter a taxa de juro baixa durante um longo período de tempo [desde Dezembro de 2008 que a taxa de juro de referência do país está num intervalo entre 0% e 0,25%] ajudou na recuperação do mercado laboral e levou a um aumento das vendas e produção de automóveis e outros bens duradouros", disse Bernanke.

 

Ainda assim, o presidente da Fed admitiu que manter taxas de juro muito baixas durante um longo período de tempo pode ter um impacto negativo na estabilidade do sistema financeiro.  

 

Os últimos dados do mercado laboral indicam que a taxa de desemprego no país ficou nos 7,9% no passado mês de Janeiro. Assim deverá permanecer nos próximos meses, antecipam os economistas contactados pela agência Bloomberg.

 

Os mesmos economistas prevêem que o PIB norte-americano cresça 1,8% este ano, após uma expansão de 2,2% em 2012. Contra todas as expectativas, a economia dos Estados Unidos registou uma contracção de 0,1% no último trimestre de 2012 (o pior desempenho trimestral desde o segundo trimestre de 2009) devido, em grande parte, a uma queda de 22,2% nos gastos da defesa.   

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