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Argentina acorda reestruturação da divida de 65 mil milhões

O país sul-americano anunciou que alcançou um entendimento com os credores para a reestruturação da sua dívida. Abre assim a porta a uma saída da sua terceira bancarrota do século.

Argentina
MARCOS BRINDICCI
04 de Agosto de 2020 às 12:37
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A Argentina anunciou esta terça-feira que chegou a acordo com três grupos de credores para a reestruturação da sua dívida soberana de 65 mil milhões de dólares, de acordo com um comunicado enviado pelo ministério da Economia do país, durante a madrugada em Buenos Aires.

"A República da Argentina e os representantes do Ad Hoc Group of Argentine Bondholders, Argentina Creditor Committee e do Exchange Bondholder Group (...) chegaram hoje a um acordo que vai permitir que os membros do grupo de credores e outros 'holders' apoiem a proposta de reestruturação de dívida", pode ler-se no comunicado.

O governo argentino disse que o acordo com os credores (Ad Hoc Group of Argentine Bondholders, Argentina Creditor Committee e Exchange Bondholder Group e outros importantes credores com o nome conjunto de Supporting Creditors) vai garantir um alívio no montante de dívida no país depois de algumas alterações nas datas e nas cláusulas legais para a emissão de novas obrigações.

Os cupões de pagamento da dívida argentina que expiravam em 4 de março e 4 de setembro, passam agora a maturar em 9 de janeiro e 9 de julho, sem aumentar o valor agregado dos juros anexados. 

Este acordo resultou de nove meses de conversações entre o governo do país e os grandes detentores de títulos de dívida, incluindo a norte-americana BlackRock, a Ashmore Group Plc e a Fidelity Investments. Este é apenas o primeiro passo para que se possa estabilizar uma das economias mais instáveis do mundo.

De acordo com o Fórum Económico Mundial, a Argentina é o 139.º na lista dos 141 dos países economicamente mais estáveis em todo o mundo. A inflação no país paira perto dos 45% e o peso argentino perdeu mais de metade do seu valor em apenas alguns anos.

As previsões para o PIB (produto interno bruto) da Argentina são de uma contração de 12% este ano.

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