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Tímidos, por enquanto

Isabel dos Santos, a Sonangol e o general Kopelipa são influentes em Angola e tem investimentos em Portugal

21 de Julho de 2010 às 00:01
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Os investimentos angolanos em Portugal "são tímidos, por enquanto" afirmou, enigmaticamente, José Eduardo dos Santos em Março do ano passado. Desde essa declaração do presidente da República de Angola, proferida em Março do ano passado, apenas se registou um investimento de vulto. Em Dezembro de 2009, Isabel dos Santos, empresária e sua filha, comprou 10% do capital da Zon por 164 milhões de euros.

A grande "pedra no sapato" do relacionamento empresarial entre os dois países responde, actualmente, pelo nome de Galp. A Sonangol e Isabel dos Santos, através da Esperanza Holding, detém 45% da Amorim Energia, que por sua vez controla 33,34% da petrolífera nacional, mas estão descontentes. Querem uma participação directa na Galp e já informaram o Governo, através da Caixa Geral de Depósitos (CGD), desta intenção. A Sonangol e a CGD são, aliás, parceiros num banco de investimento a implantar em Angola, que vai arrancar com um capital de 800 milhões de euros. O assunto Galp é diplomaticamente sensível e deverá ser abordado durante a visita de Cavaco Silva a Angola. E pode mesmo ser determinante a concretização, ou não, de outros negócios.



A Sonangol,de Manuel VIcente, investiu 38,5 milhões numa sede em Lisboa.
Neste quadro, as estatísticas falam por si. Ou talvez não. O investimento directo de Angola em Portugal tem vindo a crescer, mas os números divulgados pelo Banco Central apenas revelam uma parte da realidade. Em 2005, os angolanos investiram em Portugal 6,3 milhões. Em 2009, canalizaram 113,9 milhões de euros, o que se traduz num crescimento de 131,3% em cinco anos.

O que os números não revelam é a identidade dos empresários e os sectores em que entraram. Contudo, as apostas estratégicas dos angolanos em Portugal são muito superiores ao os valores reportados pelo Banco de Portugal e têm dois rostos conhecidos. Manuel Vicente, presidente da Sonangol, e Isabel dos Santos.

Esta última é a que tem interesses mais diversificados em Portugal, que vão da energia à banca, passando pelas telecomunicações. Isabel dos Santos além da Zon, investiu em 2008 um montante praticamente igual para adquirir uma posição de 9,8% no Banco BPI.



Isabel dos Santos tem participações na Zon, BPI e Amorim Energia.
A empresária tem ainda a referida participação indirecta na Galp que partilha com a Sonangol. A petrolífera angolana possui também 10% do capital do BCP, tendo já sido referenciada a possibilidade de aumentar esta participação até aos 20%. A empresa liderada por Manuel Vicente comprou mesmo um edifício na avenida da República, em Lisboa, o República Center, por 38,5 milhões de euros, no qual irá concentrar as suas actividades em Portugal.

A par de Manuel Vicente e de Isabel Vicente, um terceiro nome de peso aparece referenciado como investidor em Portugal. Trata-se do general Hélder Dias Vieira (Kopelipa), ao qual é atribuída uma participação de 7,8% no Banco BIG. A Kopelipa, chefe da Casa Militar de Eduardo dos Santos e responsável pelo Gabinete de Reconstrução Nacional é ainda atribuída a propriedade das Colinas do Douro, duas quintas que se dedicam à produção de vinho, um negócio onde terá investido um milhão de euros.

A somar a estas apostas à ainda a entrada da Newshold no capital do semanário "Sol". Um dos accionistas referenciados desta sociedade é Aldemiro Vaz da Conceição, que desempenha o cargo de porta-voz de Eduardo dos Santos.





Quanto valem na bolsa as posições em Portugal

10% do BCP
290,3 milhões de euros

9,8% do BPI
141,6 milhões de euros

10% da Zon
102,28 milhões de euros

45% de 33,34% da Galp
1.575,5 milhões de euros













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