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Párias do grupo Wagner ameaçam África

O exílio de Yevgeny Prigozhin na Bielorrússia irá ter efeitos na presença do grupo Wagner no continente africano.

26 de Junho de 2023 às 10:43
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O choque frontal entre o líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin e o presidente russo, Vladimir Putin, vai ter efeitos em África. O grupo Wagner (cujos mercenários, agora se diz, irão ser integrados no exército russo) era uma extensão diplomática do Kremlin em países como o Sudão, Mali, República Centro-Africana e marcaram presença no norte de Moçambique para proteger os investimentos no gás natural da TotalEnergies.

Em maio deste ano, em declarações à Deutsche Welle, Julian Rademeyer, analista da Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional classificava o grupo Wagner como um instrumento militar do Kremlin para a crescente influência económica e militar da Rússia em África.

De acordo com analistas, além de influência militar, a Rússia usava também o grupo Wagner para ter o acesso a matérias-primas, como o ouro e o urânio.


Os serviços de inteligência norte-americanos foram ainda mais longe na importância estratégica deste grupo mercenário para a Rússia, defendendo que um dos seus objetivos passava por criar uma "confederação" de Estados antiocidentais em África.

Com a exílio de Yevgeny Prigozhin na Bielorrúsia, os mercenários do grupo Wagner destacados em África perdem as suas referências e ameaçam transformar-se numa espécie de párias, podendo começar a agir por conta própria, tornando-os imprevisíveis e pouco confiáveis para quem os contratou.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, já interveio numa tentativa de serenar os ânimos. Em declarações ao canal de televisão RT, o chefe da diplomacia do Kremlin, diz que os membros do grupo Wagner desempenham funções de instrutores em países como o Mali e a República Centro-Africana e que "esse trabalho vai continuar".

Em fevereiro deste ano, Lavrov assegurava que o grupo Wagner se encontrava em vários países africanos "a pedido dos governos e para ajudar a normalizar a situação na região face à ameaça terrorista".

Todavia, são imputados ao grupo Wagner atos que consubstanciam em abusos flagrantes dos direitos humanos.
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