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Mondlane vai apelar a um governo de consenso nacional em Moçambique

Candidato presidencial que impugna os resultados eleitorais em Moçambique vai apelar a um governo de consenso nacional.

Luísa Nhantumbo / Lusa
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Venâncio Mondlane, o candidato presidencial moçambicano que contesta os resultados das eleições de 9 de outubro, deverá apelar esta sexta-feira, 8 de novembro, à criação de um governo de consenso nacional para colocar um ponto final no clima de contestação social que o país vive, sabe o Negócios.

 

Mondlane fará este apelo através da rede social Facebook que tem usado para comunicar com os moçambicanos. 

O candidato presidencial apoiado pelo partido Podemos está fora de Moçambique e, ao que tudo indica, refugiou-se na Europa, por temer pela sua segurança. 

As eleições deram uma vitória ao partido no poder, a Frelimo e ao seu candidato presidencial, Daniel Chapo, mas os resultados são amplamente contestados havendo uma convicção generalizada de que este desfecho só possível através da fraude. Mondlane pretende um governo de unidade nacional que seja formado em conformidade com o que considera terem sido os verdadeiros resultados eleitorais que terão dado uma vitória ao Podemos.

A situação em Moçambique prossegue tensa, tendo ontem morrido pelo menos três pessoas e 66 ficado feridas durante confrontos entre manifestantes e a polícia, no oitavo dia das greves convocadas por Venâncio Mondlane.

O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique, em 24 de outubro, dos resultados das eleições de 9 de outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, convocados por Mondlane.

Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este afirmou não reconhecer os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

Após protestos nas ruas que paralisaram o país, Mondlane convocou novamente a população para uma paralisação geral de sete dias, desde 31 de outubro, com protestos nacionais e uma manifestação concentrada em Maputo.

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