Notícia
Sobrinho renuncia à presidência do Banco Valor
O antigo líder do BESA e acionista maioritário da Banco Valor ainda não recebeu o registo de idoneidade e acusa os responsáveis do Banco Nacional de Angola de se entreterem com "expedientes e pequenos jogos de interesses e poder".
Álvaro Sobrinho renunciou ao cargo de presidente do conselho de administração do Banco Valor do qual é acionista maioritário, detendo 56,5% do capital. Em carta enviada aos órgãos sociais deste banco angolano, o antigo presidente do Banco Espírito Santo Angola (BESA) justiça esta decisão pelo facto de o Banco Nacional de Angola (BNA) ter prorrogado em dezembro, por mais 30 dias, as diligências para aferir sobre a sua idoneidade.
Na sua declaração, reproduzida pelo site Club K, Álvaro Sobrinho, ataca de forma veemente o BNA, liderado por José Lima Massano e que tem como vice-presidente Rui Miguéns, que chegou a ser presidente do conselho de administração do Banco Valor.
"A verdadeira razão por detrás deste omissão está nas continuadas e sistematicamente impunes violações da Lei da República pelo BNA (…) e pelos seus dirigentes, cuja idoneidade e capacidade para o exercício dos cargos que ocupam não são fiscalizadas por ninguém, e que se entretêm com expedientes e pequenos jogos de interesse e poder, prejudicando cidadãos e empresas" afirma Álvaro Sobrinho, lembrando que quando chegou ao Banco Valor o encontrou "em situação de falência técnica", sendo "que era então presidente do mesmo o dr, Rui Miguêns, atual vice-governador do BNA".
Álvaro Sobrinho diz que a sua renúncia é uma forma de proteger o banco e promete pronunciar-se novamente em março, mês em que se realizará a assembleia-geral da instituição financeira. "Não permitirei (…) que a minha cooptação, que apenas aceitei por estar convencido e ter confirmado previamente com o BNA que permitiria recompor o conselho de administração do banco com número ímpar de membros de forma rápida, possa ser usada como arma de arremesso ou perturbação da normal atividade do Banco", sublinha.