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Sindika Dokolo: Isabel dos Santos é "general num campo de batalha"

Sindika Dokolo considera que Isabel dos Santos "está a mudar completamente a cultura de negócios da Sonangol" e considera que a crise em Angola é "benéfica", na medida em que ajuda o MPLA "a pensar sobre o que faltou".

16 de Janeiro de 2017 às 13:37
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Sindika Dokolo diz que a nomeação de Isabel dos Santos para a presidência da Sonangol é um "debate sem sentido" e compara a sua liderança da presidência da petrolífera angolana a um "general num campo de batalha".

Sindika Dokolo, empresário congolês e coleccionador de arte africana casado com Isabel dos Santos, recorre a esta imagem numa entrevista à revista "Jeune Afrique".

"A Sonangol é a segunda maior companhia de petróleo de África e devia ser a primeira. É a espinha dorsal da economia de Angola e eu não vejo ninguém mais competente e capaz do que a minha esposa para a recolocar em ordem", afirma.

O empresário acrescenta que as reacções à escolha de Isabel dos Santos suportam a decisão do Presidente da República, José Eduardo dos Santos. "Basta ouvir o que dizem os parceiros do sector privado sobre a sua coragem e liderança. É um general num campo de batalha, num momento decisivo. Ela está a mudar completamente a cultura de negócios da Sonangol. Não pode ser um simples consultor, árbitro ou treinador. Deve ser o número 10 e marcar golos".

Em Fevereiro de 2016, quando se questionava a forma de fazer negócios de Isabel dos Santos, Sindika Dokolo deu uma entrevista ao Negócios onde sustentou que Isabel dos Santos "devia ser tratada com menos preconceito".

Questionado sobre a crise económica que Angola atravessa, Sindika Dokolo classifica-a como "benéfica" porque obriga e os políticos e o MPLA a pensarem sobre o que faltou "para transformar os anos de crescimento económico numa verdadeira descolagem".

Na entrevista à "Jeune Afrique", Sindika Dokolo, mostra-se convencido de que José Eduardo dos Santos abandonará a vida política activa em 2018, tal como prometeu. "Que interesse teria ele em não o fazer" pergunta o empresário. "Não está numa posição de fraqueza, não há nenhuma crise interna na MPLA e ele tem uma legitimidade histórica que toda a gente reconhece, a oposição é fraca", pelo que, se quisesse, teria a continuidade facilitada.


Sindika Dokolo afasta ainda qualquer relação privilegiada com o Estado angolano, devido ao facto de ser casado com a filha do Presidente da República do país. "As minhas relações com o Estado angolano limitam-se à esfera cultural. Posso saber que o Presidente toca guitarra ou joga futebol, mas não o revelo. Eu tenho relações com o meu sogro enquanto homem e não na sua qualidade de Chefe de Estado. Não sou seu advogado nem seu confidente", adianta Sindika Dokolo à "Jeune Afrique".

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