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Filho do ex-presidente de Angola constituído arguido

José Filomeno dos Santos está a ser investigado por causa de uma alegada transferência irregular de 500 milhões de dólares.

26 de Março de 2018 às 12:37
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José Filomeno dos Santos, filho do ex-Presidente angolano, foi constituído arguido e está impedido de sair do país, disse esta segunda-feira, 26 de Março, o sub-procurador-geral da República de Angola, Luís Benza Zanga.

Em causa está uma investigação a uma alegada transferência irregular de 500 milhões de dólares (406 milhões de euros) para um banco britânico, que já levou à constituição como arguido de Valter Filipe, ex-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), no passado dia 15 de Março. O antigo líder do BNA é suspeito dos crimes de peculato e branqueamento de capitais.

A transferência de 500 milhões de dólares do banco central para uma conta do Crédit Suisse em Londre seria uma garantia para um suposto financiamento no valor de 30 mil milhões de dólares. "As autoridades financeiras londrinas suspeitaram, e bloquearam os fundos em Londres", descreveu o blogue Maka Angola, dirigido pelo jornalista e activista Rafael Marques.


O Presidente da República de Angola, João Lourenço,exonerou José Filomeno dos Santos da administração do Fundo Soberano da Angola a 10 de Janeiro deste ano por "convenîência de serviço".

Neste processo foram constituídos arguidos, além de José Filomeno dos Santos e Valter Filipe, outros três cidadãos angolanos, conforme explicou o sub-procurador-geral, Luís Benza Zanga.


A Agência Nacional de Crime (NCA) britânica confirmou à agência Lusa que a Unidade Internacional de Corrupção está a investigar uma possível fraude de 500 milhões de dólares contra o Banco Nacional de Angola.

"Em Dezembro de 2017 e janeiro de 2018, a NCA utilizou as novas disposições da Lei de Finanças Criminais de 2017 para impedir a transferência de ativos. A autorização necessária para que os fundos sejam devolvidos às autoridades angolanas foi obtida agora", indicou.

Um porta-voz da Agência adiantou que a investigação "está em curso" e saudou a "cooperação até à data com as autoridades angolanas para chegar a uma conclusão satisfatória para este assunto".

O procurador-geral adjunto e coordenador da Direção Nacional de Investigação e Ação Penal (DNIAP) de Angola, João Luís de Freitas Coelho, confirmou a existência de outras pessoas no processo, "que também têm alguma responsabilidade na saída ilegal deste dinheiro" de Angola, mas que não identificou.

Valter Filipe foi ouvido um dia depois de ter regressado a Angola, proveniente da África do Sul, e a suposta transferência de 500 milhões de dólares foi realizada em setembro de 2017, um mês antes da sua demissão do cargo a seu pedido, para uma conta do banco Credit Suisse de Londres.






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