Notícia
Filhas mais velhas de Eduardo dos Santos tentam impedir que corpo saia de Espanha
As filhas mais velhas do ex-Presidente angolano interpuseram uma providência cautelar para impedir que o corpo do seu pai saia de território espanhol. Tribunal deve decidir ainda este sexta-feira.
As filhas mais velhas de José Eduardo dos Santos, Isabel e Tchizé, interpuseram uma providência cautelar para impedir que o corpo do ex-Presidente angolano saia de Espanha, sabe o Negócios. Dada a urgência do tema é expectável que o tribunal tome uma decisão ainda esta sexta-feira para decidir a guarda do corpo As filhas de Eduardo dos Santos e o Estado angolano estão em rota de colisão.
José Eduardo dos Santos faleceu esta sexta-feira, 8 de julho, em Barcelona, aos 79 anos.
Tanto Isabel como Tchizé não estavam em Barcelona quando ocorreu o óbito motivado por uma súbita subida da tensão do antigo presidente angolano que os médicos não conseguiram estabilizar. Confrontadas com a notícia, as duas rumaram logo para aquela cidade.
Segundo alguns relatos, à data da morte de Eduardo dos Santos estavam no hospital Coréon Dú, irmão de Tchizé dos Santos e filha de Maria Luísa Abrantes e Joseana, filha de Eduardo dos Santos.
Nas duas últimas semanas, José Eduardo dos Santos foi acompanhado pela antiga primeira dama angolana, Ana Paula Santos, a qual se deslocou para Barcelona por pressão dos filhos mais novos do casal.
Tchizé dos Santos, quer que o corpo do pai, que hoje morreu em Barcelona, seja sujeito a uma autópsia "por receio" de que o corpo possa ser transferido para Angola.
É preciso que "o corpo do ex-presidente seja preservado e não entregue antes da realização de uma autópsia", disse a filha do ex-presidente num comunicado, citado pelas agências internacionais, alguns dias depois de ter apresentado queixa à polícia espanhola por "alegada tentativa de homicídio" contra José Eduardo dos Santos.
A sua colocação nos cuidados intensivos trouxe à luz tensões no seio da família, nomeadamente entre a ex-mulher de José Eduardo dos Santos, Ana Paula, e pelo menos uma das suas filhas, Tchizé dos Santos.
Tchizé dos Santos apresentou uma queixa em Barcelona no início de julho e pediu que fosse aberto um inquérito por, entre outras questões, "a alegada tentativa de homicídio, falta de assistência a uma pessoa em perigo, ferimentos causados por negligência grave", de acordo com os dois escritórios de advogados que aconselham a filha do antigo presidente angolano.
De acordo com um dos seus advogados, a filha de José Eduardo dos Santos acredita que a ex-mulher do seu pai, Ana Paula, e o médico pessoal do ex-presidente são responsáveis pela deterioração da sua saúde.
Segundo os seus advogados, Tchizé dos Santos afirma que o seu pai e a ex-mulher estavam separados há algum tempo e que ela não tem poder de decisão sobre a sua saúde porque o seu casamento não é legalmente reconhecido em Espanha.
José Eduardo dos Santos, 79 anos, é pai de oito filhos com cinco mulheres e esteve à frente dos destinos de Angola durante 38 anos.
Entretanto, o secretário do Presidente da República de Angola para o setor produtivo defendeu hoje que os filhos de José Eduardo dos Santos devem mostrar contenção e respeitar a memória do pai, elogiando a sua dimensão histórica.
"O que podemos pedir, apesar de toda a turbulência a que o momento político nos conduziu, é pedir aos jovens, aos filhos, que se contenham e respeitem a memória, a honra do seu pai, edificando agora a sua própria estratégia de luta para que Angola possa agora homenagear esta figura incontornável de dimensão histórica, com a grandeza que 38 anos de governação merecem", disse Isaac Francisco Maria dos Anjos.
O conselheiro de João Lourenço falava à Lusa no dia em que foi anunciada a morte do antigo Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, que convidou Isaac dos Anjos para o Ministério da Cultura com apenas 27 anos.
"Fui praticamente adotado pelo antigo Presidente da República, ao aceitar a minha nomeação para o Ministério da Cultura com pouco mais de 27 anos, a partir de Benguela, e desde então tive o privilégio de partilhar vários cargos e funções [nos governos angolanos]", acrescentou o governante.
Destacando os "30 anos de convivência" com José Eduardo dos Santos, Isaac dos Anjos vincou que "não é fácil aceitar a partida de um ente querido e nessa hora difícil o que podemos assegurar à família é que nos juntamos em solidariedade na dor e no luto que trespassa a nossa alma" e acrescentou: "José Eduardo dos Santos não é mais só o membro de uma pequena família, é membro de toda uma nação, uma família que é a pátria e a nação, a quem dedicou vários anos de luta incessante".
O político angolano considera que a sua geração "fica a dever muito" a José Eduardo dos Santos, mas está certo que "havemos de continuar a levar o facho de Angola, e com ele aprendemos a ser equilibrados no interesse mais alto que é o da paz, do humanismo, da solidariedade e mesmo que parecesse uma pessoa frágil, era uma pessoa com muita autoridade e mesmo de longe, com um simples olhar, impunha-nos autoridade", concluiu.
José Eduardo dos Santos faleceu esta sexta-feira, 8 de julho, em Barcelona, aos 79 anos.
Segundo alguns relatos, à data da morte de Eduardo dos Santos estavam no hospital Coréon Dú, irmão de Tchizé dos Santos e filha de Maria Luísa Abrantes e Joseana, filha de Eduardo dos Santos.
Nas duas últimas semanas, José Eduardo dos Santos foi acompanhado pela antiga primeira dama angolana, Ana Paula Santos, a qual se deslocou para Barcelona por pressão dos filhos mais novos do casal.
Tchizé dos Santos, quer que o corpo do pai, que hoje morreu em Barcelona, seja sujeito a uma autópsia "por receio" de que o corpo possa ser transferido para Angola.
É preciso que "o corpo do ex-presidente seja preservado e não entregue antes da realização de uma autópsia", disse a filha do ex-presidente num comunicado, citado pelas agências internacionais, alguns dias depois de ter apresentado queixa à polícia espanhola por "alegada tentativa de homicídio" contra José Eduardo dos Santos.
A sua colocação nos cuidados intensivos trouxe à luz tensões no seio da família, nomeadamente entre a ex-mulher de José Eduardo dos Santos, Ana Paula, e pelo menos uma das suas filhas, Tchizé dos Santos.
Tchizé dos Santos apresentou uma queixa em Barcelona no início de julho e pediu que fosse aberto um inquérito por, entre outras questões, "a alegada tentativa de homicídio, falta de assistência a uma pessoa em perigo, ferimentos causados por negligência grave", de acordo com os dois escritórios de advogados que aconselham a filha do antigo presidente angolano.
De acordo com um dos seus advogados, a filha de José Eduardo dos Santos acredita que a ex-mulher do seu pai, Ana Paula, e o médico pessoal do ex-presidente são responsáveis pela deterioração da sua saúde.
Segundo os seus advogados, Tchizé dos Santos afirma que o seu pai e a ex-mulher estavam separados há algum tempo e que ela não tem poder de decisão sobre a sua saúde porque o seu casamento não é legalmente reconhecido em Espanha.
José Eduardo dos Santos, 79 anos, é pai de oito filhos com cinco mulheres e esteve à frente dos destinos de Angola durante 38 anos.
Entretanto, o secretário do Presidente da República de Angola para o setor produtivo defendeu hoje que os filhos de José Eduardo dos Santos devem mostrar contenção e respeitar a memória do pai, elogiando a sua dimensão histórica.
"O que podemos pedir, apesar de toda a turbulência a que o momento político nos conduziu, é pedir aos jovens, aos filhos, que se contenham e respeitem a memória, a honra do seu pai, edificando agora a sua própria estratégia de luta para que Angola possa agora homenagear esta figura incontornável de dimensão histórica, com a grandeza que 38 anos de governação merecem", disse Isaac Francisco Maria dos Anjos.
O conselheiro de João Lourenço falava à Lusa no dia em que foi anunciada a morte do antigo Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, que convidou Isaac dos Anjos para o Ministério da Cultura com apenas 27 anos.
"Fui praticamente adotado pelo antigo Presidente da República, ao aceitar a minha nomeação para o Ministério da Cultura com pouco mais de 27 anos, a partir de Benguela, e desde então tive o privilégio de partilhar vários cargos e funções [nos governos angolanos]", acrescentou o governante.
Destacando os "30 anos de convivência" com José Eduardo dos Santos, Isaac dos Anjos vincou que "não é fácil aceitar a partida de um ente querido e nessa hora difícil o que podemos assegurar à família é que nos juntamos em solidariedade na dor e no luto que trespassa a nossa alma" e acrescentou: "José Eduardo dos Santos não é mais só o membro de uma pequena família, é membro de toda uma nação, uma família que é a pátria e a nação, a quem dedicou vários anos de luta incessante".
O político angolano considera que a sua geração "fica a dever muito" a José Eduardo dos Santos, mas está certo que "havemos de continuar a levar o facho de Angola, e com ele aprendemos a ser equilibrados no interesse mais alto que é o da paz, do humanismo, da solidariedade e mesmo que parecesse uma pessoa frágil, era uma pessoa com muita autoridade e mesmo de longe, com um simples olhar, impunha-nos autoridade", concluiu.