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Filha de ex-presidente angolano recusa suspender mandato de deputada como o MPLA lhe pediu

Tchizé dos Santos, filha de José Eduardo dos Santos, está fora do seu país e confessa estar a ser alvo de "ameaças e intimidações".

Facebook/Tchizé dos Santos
10 de Maio de 2019 às 19:31
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Tchizé dos Santos, uma das filhas do ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, reagiu à polémica em que está envolta após ter sido convidada a abdicar do seu lugar de deputada no parlamento angolano pelo próprio partido que representa, o MPLA.

Num áudio enviado ao jornal Público, a deputada garantiu que não irá suspender o seu mandato, uma vez que se encontra ausente do país por se sentir "empurrada, encurralada", alvo de "ameaças e intimidações".

"Se quiserem me matar, me matem, eu me entrego na mão de Deus, mas ninguém vai ficar a rir, João Lourenço não vai ficar a rir, o MPLA não vai ficar a rir", disse à mesma publicação.

Segundo um documento a que o Correio da Manhã teve acesso, datado de terça-feira (7 de maio), a Direção Restrita do Grupo Parlamentar do MPLA escreveu à deputada Welwitschia (Tchizé) José dos Santos anunciando que a sua situação tinha sido analisada ao abrigo das alíneas B) e C) do artigo 151º da Constituição da República de Angola, e das alíneas B) e C) do artigo 7º do Estatuto do Deputado.

Face a esta análise aquela organismo considera que a deputada já ultrapassou os 90 dias de ausência do Parlamento, que são permitidos por doença ou pela permanência no exterior do país. Este facto faz com que aquele órgão do MPLA recomende a suspensão provisória do mandato de deputada, podendo retomar as suas funções logo que cessem as razões da sua ausência.

Recorde-se que no início do ano Tchizé dos Santos deu uma entrevista à Agência Lusa, em Lisboa, onde foi muito crítica em relação ao novo presidente João Lourenço. "Eu falo como angolana, não era a transição que nenhum dos angolanos esperava. Para mim, a transição era uma festa, um momento ímpar e havia ali uma transição extremamente pacífica e sem contradições.

Entretanto, pelas declarações do ex-presidente e do atual presidente, há uma contradição pública, não é desejável para nenhum partido politico", afirmou na altura, acrescentando, "nós não queremos novos 'Rafaeis Marques', não queremos novos heróis, não queremos novos presos políticos e gostava de pedir que todos se abstivessem da tentação de manipular, ou tentar manipular, os órgãos do Estado, usando qualquer tipo de influência".
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