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Bolsa angolana negociou 2,5 mil milhões de euros até novembro, ações representaram 1%

Para 2023, a Bodiva perspetiva o alargamento da base de investidores para o mercado de capitais, a inserção de mais corretoras e sociedades distribuidoras, por conta da transição dos serviços atualmente prestado pelos bancos, que passarão a ser prestados por essas entidades.

Ulanga Martins/Twitter
06 de Dezembro de 2022 às 15:29
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A Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva) negociou este ano 1,33 biliões de kwanzas (2,5 mil milhões de euros), com 76,30% do valor negociado em obrigações do tesouro não reajustáveis e 1% de ações.

De acordo com Heriwalter Domingos, técnico do Departamento de Negociação da Bodiva, que falava em conferência de imprensa para apresentar os resultados alcançados este ano e perspetivas para 2023, o montante alcançado refere-se ao período entre janeiro e novembro deste ano.

Entre as tipologias negociadas, destacaram-se também as obrigações indexadas à taxa de câmbio, representando 19,52%.

Em agosto deste ano, a Bodiva bateu o recorde do maior montante negociado em uma única sessão de bolsa, com o montante de cerca de 124 mil milhões de kwanzas (236,2 milhões de euros), permitindo atingir o maior montante mensal negociado desde a sua existência, em 2014, de cerca de 335 mil milhões de kwanzas (638,3 milhões de euros).

Heriwalter Domingos realçou a dinâmica do mercado de capitais angolano, salientando que o recorde atingido representou uma variação de 48,05%, comparativamente ao período homólogo, e de 19,52% comparativamente a todo o ano de 2022.

Segundo Heriwalter Domingos, atualmente a Bodiva conta com 26 membros, dos quais 22 de negociação, dois associados e duas corretoras, tendo o Banco de Fomento Angola (BFA) a maior percentagem do montante negociado pela Bodiva, representando cerca de 25,51% da quota de mercado, seguindo-se o Banco Angolano de Investimento (BAI) que representou 19,63% da quota total do mercado e o Standard Bank Angola cerca de 9,16%.

Para 2023, a Bodiva perspetiva o alargamento da base de investidores para o mercado de capitais, a inserção de mais corretoras e sociedades distribuidoras, por conta da transição dos serviços atualmente prestado pelos bancos, que passarão a ser prestados por essas entidades.

Outro desafio, avançou o técnico, é a consolidação dos novos segmentos alcançados este ano, entre os quais o mercado de ações, que em 2022 teve uma representação de 1,07% do montante negociado e com tendência de crescimento, porque "trata-se de um produto de renda variável, cuja atratividade é maior que as obrigações de tesouro".

"Tendencialmente nos próximos anos teremos um mercado de ações mais robusto e mais dinâmico", afirmou o técnico, destacando que a Bodiva ativou o mercado de bolsa de ações, através da admissão e negociação das ações do BAI, em 09 de junho.

A captação de emitentes privados e o aumento dos investidores não residentes cambiais são outros dos marcos a atingir no próximo ano.

Este ano, pela primeira vez, a Bodiva contou com investimentos de não residentes cambiais, "um momento bastante importante" para o mercado angolano.

Na sua intervenção, a administradora da Bodiva, Cristina Lourenço referiu que o mercado de capitais tem dado "cada vez mais sinais de desenvolvimento", ressaltando a necessidade do acesso à informação "clara, rigorosa, tempestiva e sobretudo de acesso livre a todos".

"No nosso mercado em particular e pela fase incipiente em que se encontra é ainda mais importante que façamos bem essa informação, não só a Bodiva enquanto sociedade gestora do mercado regulamentado como todos os 'players' do mercado", disse.

  
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