"Há um processo de renovação do Ministério Público (MP), que está em curso, e que também passa pelo DCIAP, a quem deverá ser exigido outro tipo de resultados", disse Rui Cardoso à Agência Lusa sobre a anunciada saída de Cândida Almeida do departamento do MP.

O presidente do SMMP disse esperar que o futuro director deste departamento "consiga dar ao DCIAP a organização, dinamismo e eficiência que a anterior directora não conseguiu".

Pronunciando-se ainda sobre o perfil do futuro director desta estrutura, Rui Cardoso defendeu que terá que ser um magistrado "com seriedade, conhecimentos e vontade necessários" para transformar o DCIAP num departamento eficiente, dinâmico e organizado.

Acerca da notícia de que a saída de Cândida Almeida foi desencadeada pela abertura de um processo disciplinar que a abrange a directora do DCIAP e outros dois procuradores daquele departamento, Rui Cardoso disse que esse "eventual processo disciplinar será apenas uma pequena razão entre muitas outras mais importantes" que ditaram a não recondução da magistrada.

Em sua opinião, terá sido um "conjunto de situações e uma apreciação global" que levaram à substituição da actual directora do DCIAP.

Cândida Almeida informou na segunda-feira os seus colegas no DCIAP de que não iria continuar no cargo, cabendo agora à procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, propor ao Conselho Superior do Ministério o nome da pessoa que irá substituir Cândida Almeida no cargo, sendo apontados como possíveis sucessores os magistrados Euclides Dâmaso, Orlando Romano, Helena Fazenda e Maria José Morgado.

O DCIAP é o departamento do MP que se dedica a investigar a criminalidade mais grave e sofisticada, tendo investigado processos como o Portucale, Freeport, Operação Furacão, Caso BPN, aquisição e contrapartidas dos submarinos, voos da CIA, entre outros.