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Operação Lex: Rangel é suspeito de influenciar sentenças a troco de dinheiro

Rui Rangel será suspeito de vender decisões judiciais e de prometer influenciar as decisões de outros juízes. Luis Filipe Vieira seria um dos seus clientes, tendo prometido a Rangel um cargo na Fundação Benfica. A Operação Lex faz as principais notícias na imprensa desta quarta-feira.

31 de Janeiro de 2018 às 09:56
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Dois juízes conselheiros, Rui Rangel e Fátima Galante, constituídos arguidos, o presidente de um dos maiores clubes de futebol do país também, e um advogado detido num total de cinco detenções. A Operação Lex, como foi baptizada pelo Ministério Público, é a notícia do dia nesta quarta-feira, 31 de Janeiro, com os vários órgãos de comunicação social a avançar detalhes das investigações.

 

O Correio da Manhã, que teve acesso a escutas, adianta que Luis Filipe Vieira, presidente do Benfica, foi constituído arguido porque há suspeitas de tráfico de influências. Terá pedido a Rui Rangel que intercedesse junto de outros magistrados num processo em que o seu filho estaria a braços com uma dívida de 1,5 milhões de euros ao Fisco. Por essa "cunha", Vieira terá prometido a Rangel que lhe daria um cargo na Fundação Benfica e na futura estrutura universitária que irá criar.

 

Segundo o Público, além da influência junto de outros magistrados, Rui Rangel terá também, a troco de dinheiro, vendido as suas próprias decisões judiciais. A sua ex-mulher, Fátima Galante, também juíza desembargadora, é igualmente arguida neste processo. A magistrada, escreve o Correio da Manhã, será suspeita de ser ela a escrever os acórdãos, que eram depois assinados por Rangel.

 

Como intermediário de Rangel estaria o advogado Santos Martins, que foi detido esta terça-feira e que seria velho amigo do magistrado. O seu filho, igualmente detido, seria uma espécie de testa de ferro, acrescenta o Observador.

 

Uma outra personagem desta história será o empresário José Veiga, que terá sido outro dos clientes de Rangel e terá transferido cerca de 300 mil euros para a conta do filho de Santos Martins, escreve também o mesmo jornal on-line. O dinheiro seria depois transferido para Rangel e deste para Fátima Galante, através de transferências individuais e de valores mais reduzidos.

 

De resto, a Operação Lex nasceu de uma outra, baptizada como Rota do Atlântico, e que tem precisamente como protagonista o empresário de futebol. Nas buscas então realizadas foram encontrados documentos que comprometiam Rui Rangel e aberta uma investigação paralela.

 

Ontem ao final do dia, a PGR disse, em comunicado, que cinco pessoas foram detidas e outras seis constituídas arguidas, no âmbito da chamada "Operação Lex", investigação relacionada com suspeitas das práticas de crimes de tráfico de influência, de corrupção/recebimento indevido de vantagem, de branqueamento e de fraude fiscal.

 

Rui Rangel e Fátima Galante, por serem juízes, não podem ser detidos, a menos que tivessem sido apanhados em flagrante delito, o que não foi o caso. No entanto, segundo o Correio da Manhã foram já notificados para comparecer nos dias 8 e 9 de Fevereiro no Supremo Tribunal de Justiça, onde corre o processo também pelo facto de ambos serem magistrados. A haver julgamento, e se não ocorrer separação de processos, todos os arguidos serão julgados no mesmo tribunal superior.  

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