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Rui Rangel alvo de buscas por suspeitas de corrupção

O Correio da Manhã avança que o juiz desembargador Rui Rangel e a ex-mulher Fátima Galante, também juíza desembargadora, são os principais alvos de uma mega-operação da PJ que está a decorrer esta manhã, por fortes suspeitas de corrupção em decisões que tomaram, ao longo dos anos, em tribunais superiores.

Pedro Simões
30 de Janeiro de 2018 às 09:47
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O juiz desembargador Rui Rangel e a ex-mulher, Fátima Galante, também juíza desembargadora, são os alvos principais de uma mega-operação, que está a ser levada a cabo pela Polícia Judiciária, por fortes suspeitas de corrupção em decisões que tomaram, ao longo dos anos, em tribunais superiores, avança o Correio da Manhã.

De acordo com o jornal, há indícios que, em acórdãos que proferiram, venderam decisões judiciais em favor das partes - recebendo subornos milionários. Além disso, os dois juízes respondem por branqueamento de capitais e fraude fiscal. Rui Rangel e Fátima Galante estão a ser alvo de buscas e constituídos arguidos para se apresentarem no Supremo Tribunal de Justiça em primeiro interrogatório judicial, avança a mesma fonte.

São vários os locais que estão a ser alvos de busca como as casas de Rui Rangel e Fátima Galante, o Tribunal da Relação de Lisboa, onde o juiz exerce funções e tomou as decisões em causa, e ainda a SAD do Benfica, onde Rangel mantém uma relação de proximidade com Luís Filipe Vieira, depois de ter concorrido com ele à presidência do clube. A casa do presidente do Benfica está, de acordo com as notícias avançadas pela CMTV por volta das 11:00, está também a ser alvo de buscas por parte das autoridades.

"Há suspeitos de corrupção passiva, branqueamento de capitais e fraude fiscal - os juízes -, de corrupção activa - empresários que beneficiaram de decisões -, e ainda, sobretudo por branqueamento, aqueles que serviram de 'testas de ferro' no esquema, como o advogado Santos Martins, amigo de Rangel, e que receberia subornos em nome do juiz para depois lhe fazer chegar dinheiro de forma faseada", avança o jornal.

Entretanto, o Correio da Manhã avança que o advogado Santos Martins e o filho, amigos do juiz, foram detidos esta manhã. O advogado é suspeito de branqueamento de capitais, ao ter servido de 'testa de ferro' no esquema de Rangel, recebendo subornos em nome do juiz para depois lhe fazer chegar o dinheiro de forma faseada.

Terá sido este o esquema que denunciou o juiz desembargador em 2016, escreve o Correio da Manhã. No âmbito da operação Rota Atlântico, a Polícia Judiciária encontrou centenas de milhares de euros em contas de um jovem que, então, era desconhecido. Esse jovem é filho do advogado Santos Martins - ambos detidos esta manhã. Nas contas do filho de Sousa Martins foram depositados milhares cujo destino seria Rui Rangel, acrescenta a mesma fonte.

Entretanto, a Procuradoria-Geral da República confirmou à Lusa as buscas, dizendo que decorrem "no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça, com a coadjuvação de magistrados do DCIAP [Departamento Central de Investigação e Ação Penal]".

Este processo teve origem numa certidão extraída da designada Operação 'Rota do Atlântico', acrescenta a PGR, adiantando que em causa estão suspeitas de crimes de "recebimento indevido de vantagem, ou, eventualmente, de corrupção, de branqueamento de capitais, tráfico de influência e de fraude fiscal". Nesta investigação, o Ministério Público é coadjuvado pela Polícia Judiciária.

(Notícia actualizada às 09:51 com mais informação. Notícia actualizada segunda vez às 10:43 com a notícia de que o advogado Sousa Martins e o filho foram detidos. Notícia actualizada às 11:07 pela terceira vez com a informação das buscas em casa de Luís Filipe Vieira e com a confirmação das buscas por parte da PGR)

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