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Buscas no Benfica visaram documentos contabilísticos e Filipe Vieira ainda não é arguido

O advogado do Benfica, João Correia, afirmou que as buscas realizadas hoje pela PJ na SAD do clube visaram documentos contabilísticos, admitindo que o presidente da instituição, Luís Filipe Vieira, venha a ser constituído arguido.

30 de Janeiro de 2018 às 16:00
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Falando aos jornalistas no Campus da Justiça, em Lisboa, João Correia, que esteve presente nas buscas na SAD, adiantou que a Polícia Judiciária (PJ) levou "documentação contabilística" relacionada com algumas personalidades ligadas ao Benfica, mas não com a actividade concreta do clube.

 

O advogado disse que Luís Filipe Vieira, em cuja residência também houve buscas, não foi constituído arguido, mas admite essa possibilidade.

 

"Em função da marcha do processo, pode vir a ser [arguido], embora as conexões entre o que lá está e ele [Vieira] sejam de tal forma frágeis que presumo que não será", ressalvou.

 

João Correia declinou fornecer detalhes sobre os crimes em causa, invocando que os factos estão em segredo de justiça, e acusou o Ministério Público de ter uma atitude "parcial" em relação ao Benfica.

 

"Há uma opção parcial e parcelar de alguns sectores do Ministério Público em relação ao Benfica", declarou, acrescentando que há "comportamentos de outros" que não têm a mesma resposta.

 

A PJ deteve hoje cinco pessoas e constituiu vários arguidos numa operação a nível nacional para confirmar a eventual prática dos crimes de corrupção, recebimento indevido de vantagem, branqueamento, tráfico de influências e fraude fiscal qualificada.

 

Esta operação, denominada "Lex", foi realizada pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) e decorreu no âmbito de um inquérito que corre termos no Supremo Tribunal de Justiça, coadjuvado pelo Departamento Central Investigação e Acção Penal.

 

Um comunicado da Polícia Judiciária adianta que durante a operação foram realizadas trinta e três buscas, sendo vinte domiciliárias, três a escritórios de advogados, sete a empresas e três a postos de trabalho.

 

Fonte da PJ disse à Lusa na manhã de hoje que as buscas realizadas incluíam a casa e o gabinete do juiz desembargador do Tribunal de Relação de Lisboa Rui Rangel, a SAD do Benfica, a casa do presidente do clube, Luís Filipe Vieira, assim como residências da ex-mulher de Rui Rangel, a juíza Fátima Galante, do advogado José Sousa Martins e do seu filho.

 

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