Notícia
Nove empresários de mobiliário detidos pela PJ (act)
A operação de combate à fraude fiscal e branqueamento de capitais levou 150 inspectores da Judiciária a fazer buscas a empresas de Paredes e Paços de Ferreira.
A Polícia Judiciária (PJ) realizou na manhã desta quarta-feira, 4 de Maio, buscas em várias empresas de mobiliário localizadas nos concelhos de Paredes e Paços de Ferreira, no distrito do Porto.
Segundo a RTP, que avançou a notícia, nesta operação de combate à fraude fiscal e branqueamento de capitais foram detidas, pelo menos, dez pessoas: nove empresários deste sector tradicional e também um contabilista envolvido no esquema que envolvia as várias sociedades. A informação foi entretanto confirmada pela PJ.
A operação "Fundo Falso" foi dirigida pelo DIAP/Paredes e pela Directoria do Norte da PJ e envolve uma mega fraude fiscal em sede de IRC, IRS e IVA. Subtraiu aos cofres do Estado "vários milhões de euros", que terão sido "branqueados em sociedades criadas com esse propósito". A CMTV avança que o montante deve ascender a sete milhões de euros, sendo que o valor exacto só será apurado após a análise da documentação apreendida.
No comunicado enviado às redacções, a PJ explica que os suspeitos "serviam-se da emissão de ‘facturas de favor’, sem qualquer transacção que as fundamente", para aumentar ficticiamente os seus custos e reduzir os impostos a pagar. Adiantam ainda as autoridades que os detidos, com idades compreendidas entre os 38 e 61 anos de idade, vão agora ser interrogados.
Ao final da manhã, esses dez elementos estavam ainda a prestar declarações na directoria do Norte da Polícia Judiciária, que mobilizou perto de 150 inspectores para o terreno, de acordo com o JN. No entanto, os dez detidos apenas devem ser ouvidos na manhã de quinta-feira, 5 de Maio, em primeiro interrogatório judicial no tribunal de Marco de Canaveses.
Ao Negócios, a Associação Empresarial de Paços de Ferreira e as duas principais entidades que representam as empresas do sector – a Associação das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Portugal (AIMMP) e a Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA) – alegaram desconhecer até ao momento a identidade dos empresários envolvidos nesta operação.
(Notícia actualizada às 13:20 com as informações disponibilizadas pela Polícia Judiciária)