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Suíços dizem não a reforma fiscal para multinacionais
O Governo suíço terá de avançar com um plano B para a reforma fiscal para as empresas, depois de ter visto o seu projecto rejeitado em referendo.
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A Suíça tem de pôr fim a um conjunto de isenções fiscais para as multinacionais, mas a rejeição da sua proposta obriga a que encontre solução para que essas empresas não saiam do país, com a consequência de diminuição das receitas fiscais e com impacto esperado na economia.
O voto pelo "não" atingiu os 59%. Os suíços foram chamados, em referendo, a pronunciar-se sobre o plano do Governo de substituir isenções fiscais a multinacionais.
A pressão internacional conduziu o Governo a fazer essa proposta, que implicava o corte de taxas de impostos por parte dos cantões. Os defensores do "não" declaram na campanha que estas opções governativas levariam a um aumento dos impostos dos contribuintes individuais.
Já os apoiantes da reforma, em particular empresários e Governo, argumentaram que seria a opção menos onerosa para manter a Suíça um mercado internacionalmente competitivo, ainda que tenham admitido que poderia ter pressões orçamentais.
A reforma deveria produzir efeitos em 2019. Mas agora o Governo helvético admite poder entregar um plano alternativo no final deste ano.
"Há, sem dúvida, pressões internacionais", declarou o ministro das Finanças, Ueli Maurer, dizendo haver um verdadeiro perigo as companhias na Suíça serem submetidas a dupla taxação. O Governo tem, agora, também de voltar à mesa de negociações com a União Europeia, que pressionou o parceiro a revisitar as taxas de impostos das empresas.
As multinacionais são, segundo a Bloomberg, responsáveis pelo emprego a 150 mil pessoas na Suíça, um país de oito milhões de habitantes. Segundo a consultora BAK, citada pela Bloomberg, as multinacionais contribuíram com 12% para a economia e 9% do emprego em 2015.