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Mendonça Mendes afasta perigo de caducidade no caso das barragens da EDP

O processo está em curso e a lei prevê a extensão do prazo para que não se perca a possibilidade de recuperar impostos se a tal houver lugar, garantiu o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais no Parlamento. Sobre a inpeção tributária em geral, garantiu, para este ano, “presença mais visível” no terreno.

António Mendonça Mendes optou por estender por mais  três meses o benefício fiscal por doações às EPE.
Miguel A. Lopes/Lusa
07 de Setembro de 2022 às 11:05
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O processo de investigação da venda das barragens da EDP "está no âmbito inspetivo, mas também no âmbito de um processo crime desencadeado pelo Ministério Público" e, nesse caso, a lei prevê "a extensão do prazo de caducidade para prevenir" riscos de, no decurso do tempo, vir a impedir a futura cobrança de impostos em falta que venham a ser detetados. 


A garantia foi dada esta quarta-feira no Parlamento pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, que se encontra numa audição na Comissão de Orçamento e Finanças a propósito do relatório de Combare à Fraude, entregue na Assembleia da República em junho. 


António Mendonça Mendes, que recusou dar detalhes sobre processos concretos, respondia a uma questão colocada pelo deputado do PSD Alexandre Simões, que lembrou que o negócio em causa, no valor de 2.210 milhões de euros, poderá envolver qualquer coisa como 110 milhoes de imposto do selo. "A ação está a decorrer e não foi reportada nenhuma necessidade da AT para que a possa concluir com sucesso", declarou. 

 

Em termos gerais, e depois de apresentar o relatório, o secretário de Estado tratou de garantir que passado o período da pandemia, a "inspeção voltará a ter uma presença mais visivel junto dos operadores ao longo deste ano", seja com "ações de informação, mas também com acçoes de verificação de cumprimento das obrigações fiscais". 


O relatório, recorde-se, identificou, em 2021, um recuo de 6,9% do número de ações inspetivas em relação a 2020, com redução das correções efetuadas em 17%. Isso foi em grande parte causado pelas medidas tomadas pelo Govenro durante a pandemia, nomeadamente com suspensão de processos, que levou a uma diminuição da cobrança coerciva. 


Mendonça Mendes salientou que o contribuinte português tem um "perfil essencialmente cumpridor", mas prometeu ser "implacável" para os casos de incumprimento. E sublinhou a importância do e-fatura, que "ao fim de 10 anos se assume decisivamente como um instrumento importante de combate à fraude  e evasão fiscal".

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