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Preço do maço de tabaco deverá subir 10 cêntimos em 2017

Novo ano, tabaco mais caro. O Orçamento do Estado para 2017 volta a aumentar os impostos sobre os cigarros e isso deverá levar as operadoras a uma subida de 10 cêntimos por maço já no próximo ano.

06 de Dezembro de 2016 às 22:00
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A tradição ainda é o que era, e o tabaco voltará a ficar mais caro com a chegada do novo ano. Em 2017, o preço dos maços de tabaco deverá aumentar 10 cêntimos para reflectir a nova fiscalidade que consta do Orçamento do Estado. Este aumento deverá ser suficiente para absorver a nova carga fiscal, de acordo com cálculos do Negócios que foram corroborados por fontes do sector.

Tendo em conta que o valor de referência do tabaco – a classe mais vendida – vai subir para 4,30 euros no próximo ano, o aumento necessário para os operadores e importadores de tabaco manterem as mesmas margens será de 10 cêntimos. O que significa que o maço de Marlboro, que actualmente custa 4,80 euros, deverá passar para os 4,90 euros, e o maço de Camel, que tem um custo de 4,50 euros, deverá fixar-se nos 4,60 euros.

André Marques, dirigente da Associação Nacional de Grossistas de Tabaco, confirma que efectivamente o aumento deverá rondar os 10 cêntimos na generalidade dos maços de tabaco.

A subida de 10 cêntimos depende da política comercial de cada operadora. Este ano, o aumento da fiscalidade do Orçamento do Estado era especialmente penalizador para os cigarros mais baratos – abaixo da classe mais vendida, que se situa nos 4,20 euros, que teriam de aumentar 20 cêntimos para absorver a subida dos impostos. Porém, as operadoras decidiram subi-los apenas 10 cêntimos. A Tabaqueira optou por subir todas as suas marcas em 20 cêntimos – mais do que o suficiente para absorver o imposto – e depois foi forçada a emendar a mão, diminuindo 10 cêntimos, já que as restantes operadoras decidiram subir apenas 10 cêntimos.

Aumento chega em Fevereiro

De qualquer das formas, uma fonte do mercado estima ao Negócios que o tabaco com estes novos preços só deverá começar a chegar ao mercado no final de Fevereiro. Até lá ainda haverá stock de tabaco com os preços deste ano. Isto porque as operadoras aproveitam os últimos quatro meses do ano para "inundar" o mercado com tabaco que ainda paga o imposto antigo – podem colocar até mais 10% do que a média dos últimos 12 meses.

Em sentido inverso, o líquido com nicotina para os cigarros electrónicos sofre um desagravamento brutal. O Governo até propunha subir o imposto, actualmente nos 60 cêntimos por mililitro, para 61,8 cêntimos. Mas uma proposta de alteração do PS cortou-o para metade, 30 cêntimos por mililitro. A justificação? Está "cientificamente comprovado que os cigarros electrónicos são muito menos prejudiciais para a saúde".

Tabaco de enrolar mantém o preço

Depois de vários anos a subir, o preço do tabaco de enrolar deverá manter-se inalterado no próximo ano. O Orçamento do Estado aumenta uma das componentes do imposto deste tabaco – o elemento específico – mas baixa a outra, o "ad valorem". Uma fonte do sector quantifica a subida como "ligeira" e antecipa que será possível que as operadoras a absorvam sem terem de aumentar os preços. Tiago Souza d’Alte, que representa a Imperial Tobacco, diz que a empresa ainda não definiu a política de preços no próximo ano. E lembra que a redução da componente "ad valorem" só beneficia as marcas que pagam mais do que  o valor mínimo do imposto, ou seja, as mais caras. Recorde-se que a partir de 20 de Maio só poderá ser comercializado tabaco de enrolar com peso mínimo de 30 gramas. Actualmente, uma embalagem com esse peso de marca Winston custa 7,90 euros.

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