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Emprego no Estado sobe pela primeira vez em quatro anos

A subida foi ligeira, mas suficiente para inverter a tendência. O número de trabalhadores das administrações públicas fechou o ano a crescer 0,4%, o que acontece pela primeira vez desde pelo menos 2011.

Miguel Baltazar/Negócios
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Foi uma subida ligeira, mas suficiente para inverter a tendência. O número de trabalhadores das administrações públicas aumentou ao longo do ano passado (0,4%), ano de eleições, o que acontece pela primeira vez desde pelo menos 2011.

Os dados da Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público já tinham registado pontualmente variações homólogas positivas, nomeadamente no terceiro trimestre do ano passado, mas esta é a primeira vez, desde que os dados da Síntese Estatística do Emprego Público (SIEP) são publicados, no final de 2011, que as administrações públicas chegam ao final do ano (a 31 de Dezembro, altura em que o número de professores já está mais estabilizado) com mais trabalhadores do que em período homólogo.

Ainda assim, este ganho de 2.509 trabalhadores está longe de compensar a expressiva quebra registada nos últimos quatro anos, como sublinham os autores do relatório que acompanha os dados.

"A 31 de dezembro de 2015, o emprego no sector das administrações públicas situava-se em 658 565 postos de trabalho, revelando um aumento de cerca de 0,4% em termos homólogos (mais 2 509 postos de trabalho) e uma quebra de 9,5% face a 31 de dezembro de 2011 (correspondente a uma redução de mais de 69 mil postos de trabalho)", lê.se no resumo das conclusões. Foi na administração central que a perda de emprego foi maior, com uma quebra de 9%. 

Educação e empresas públicas ajudam a explicar evolução

Este saldo é positivo em mais de 2.500 pessoas porque ao longo do ano passado foram mais as pessoas que passaram a ser trabalhadoras do Estado (por contratação a prazo ou permanente) do que as que deixaram de o ser (por aposentação, fim de contrato a prazo ou passagem a requalificação rescisão, cedências ou licenças sem vencimento, por exemplo).

Os dados revelam que a educação e as entidades empresariais deram os principais contributos para este saldo positivo. 

"O Ministério da Educação e as Entidades Públicas Empresariais (E.P.E.) do Serviço Nacional de Saúde - entidades do Sector Empresarial do Estado reclassificadas nas administrações públicas - partilharam os contributos mais significativos para o saldo global positivo dos fluxos de entradas e saídas do ano de 2015, representando 57,4% e 45,1%, respetivamente, do saldo líquido dos movimentos de trabalhadores na administração central (mais 4 836 postos de trabalho)".

A Educação deu o contributo líquido mais significativo, com um saldo positivo de 2 775 pessoas, enquanto as entidades reclassificadas deram um contributo líquido de 2 183 pessoas.

Novas contratações subiram 23%

Para este saldo positivo contribui o facto de o número de contratações ter acelerado: os dados oficiais revelam que no ano passado houve 106,3 mil entradas pelas administrações públicas, num aumento de 25% face às 84,8 mil do ano anterior. Já as novas contratações (que são uma parte das entradas) subiram 22,8%, para mais de 52 mil.

Esta tendência já se verificava no primeiro semestre do ano, tal como o Negócios então noticiou

Já o número de saídas manteve-se relativamente estável, em torno das 103 mil. 


Este ano
Governo vai ter de voltar a reduzir funcionários
Se o Governo quiser cumprir os compromissos que assumiu com a Comissão Europeia, terá de voltar a reduzir o número de trabalhadores do Estado. O ministro das Finanças, Mário Centeno, revelou na apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2016 que das negociações de última hora com a Comissão Europeia resultou o compromisso de só admitir a entrada de um funcionário por cada dois que abandonem a administração pública. Nas contas de Mário Centeno, que projecta 20 mil aposentações ao longo deste ano, isto implica a redução, em termos líquidos, de cerca de dez mil pessoas.



Actualizado às 18:53 com mais informação

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