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ADSE: Inspecção-Geral de Saúde vai avançar com uma auditoria
A auditoria foi pedida por vários responsáveis ligados à ADSE e reforçado pelo Ministério da Saúde. Conselho consultivo também quer criar um mecanismo de permanente controlo sobre a despesa.
Foi pedida por vários responsáveis ligados à ADSE, incluindo pelo presidente demissionário, considerada "inevitável" pelo presidente do Conselho Geral e de Supervisão, João Proença e confirmada pelo Ministério da Saúde: uma auditoria que esclareça eventuais dúvidas sobre a gestão da ADSE.
"É necessária uma auditoria para que as coisas fiquem claras", refere Francisco Braz, um dos quatro representantes dos beneficiários que foi eleito em Setembro. E que num comunicado divulgado esta tarde, assinado pelos outros quatro representantes ligados à Frente Comum (CGTP), incluindo Eugénio Rosa, propõe uma reunião urgente do conselho consultivo, uma audiência com o ministro da saúde, e a realização de um inquérito interno ou uma auditoria externa.
"Até para defesa do actual Conselho Directivo, a auditoria virá a existir. É inevitável", afirmou também ao Negócios João Proença, presidente do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da ADSE, o órgão consultivo onde estão representantes dos beneficiários, dos sindicatos, das associações de reformados e do Governo.
O objectivo é esclarecer eventuais dúvidas que possam surgir, sobretudo depois de uma reportagem da TVI ter dado conta de uma auditoria relativa ao período em que o ex-presidente da ADSE era administrador delegado da PT ACS, cargo que ocupou até 2009.
Em causa estarão diversas irregularidades no pagamento a fornecedores, situações de desvio de dinheiro e favorecimento de empresas, com indícios da prática de crimes que não terão sido comunicados às autoridades.
O Negócios questionou o Ministério da Saúde sobre uma eventual auditoria às contas mas ainda não obteve resposta. O Governo reiterou apenas que Carlos Liberato Baptista "pediu renúncia do cargo que ocupava como presidente da ADSE, alegando motivos pessoais", pedido que "foi aceite pela dupla tutela da ADSE".
Carlos Liberato Baptista, que está à frente da ADSE desde Janeiro de 2015 – primeiro como director-geral e depois como presidente do instituto público – vai manter-se em funções até que seja designado um novo presidente.
Controlo na ADSE está há meses a ser discutido
O conteúdo da auditoria foi divulgado após meses de negociações entre a ADSE e a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) sobre a imposição de limites à facturação dos operadores privados, que teve pequenos avanços e alguns recuos.
Para já a ADSE apresenta excedentes, mas o CGS teme que estes se esgotem. É também por isso que, além da auditoria, é solicitada a implementação de um sistema de controlo de facturação interno e permanente.
(Notícia actualizada e título alterado às 19:26 com a reacção do Ministério da Saúde)