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ADSE quer comprar unidades de saúde mas a intenção gera críticas

A ADSE assume claramente a intenção de passar a prestar directamente serviços de saúde, através de compras ou da construção de novas unidades. Mas os membros do Conselho Geral e de Supervisão, que representam sindicatos e beneficiários, mostram-se contra.

Bruno Colaço/Correio da Manhã
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Diversos membros do Conselho Consultivo da ADSE estão contra a intenção do instituto público de passar a prestar directamente cuidados de saúde, através da compra de participações em unidades já existentes ou mesmo da construção de novas unidades.

Esta possibilidade, já enquadrada no diploma que há um ano transformou a ADSE em instituto público, é reiterada no plano estratégico que esteve esta segunda-feira em apreciação e que, tal como o Negócios noticiou na edição desta segunda-feira, é bastante claro neste aspecto.

A "forte dependência" de um número reduzido de prestadores de cuidados de saúde de grande dimensão, a necessidade de controlar e de reduzir custos e a intenção de oferecer serviços mais baratos aos beneficiários tornam "crucial que a ADSE passe a ter um conjunto restrito de prestadores de cuidados de saúde privilegiados (PPO) e/ou que passe mesmo a ser igualmente um prestador de cuidados de saúde", lê-se no documento oficial, a que o Negócios teve acesso.

"Seja através de "participações financeiras em unidades de saúde já existentes" e que sejam de "reconhecida qualidade no mercado e próximas de focos populacionais, mas cuja gestão fique sob o controlo da ADSE" ou mesmo "através da construção e gestão de unidades próprias de prestação de cuidados de saúde".

Apesar de a medida ser apresentada como uma forma de controlar custos, está a ser recebida com fortes reservas por membros do Conselho Geral e de Supervisão (CGS), um orgão consultivo com algum peso político por incluir representantes dos beneficiários, dos sindicatos, das associações de reformados e do Governo.

"Vai-se estabelecendo algum consenso no Conselho Geral e de Supervisão de que o caminho que a ADSE deve seguir não deve ser o caminho de ter condições de prestar serviços aos beneficiários", afirmou ao Negócios José Abraão, da Fesap (UGT). "Por uma questão de risco e porque essa não é a matriz da ADSE".

Também Eugénio Rosa, membro deste conselho ligado à CGTP, explica que a intenção não é pacífica. Porque a ADSE "não tem vocação" para isso e porque a saúde é uma área "extremamente crítica".

A questão é abordada com entusiasmo pelos autores desse plano estratégico para os próximos três anos, um documento oficial que também defende a celebração de acordos com prestadores "preferenciais" ou "privilegiados". Este seria, aliás, uma das formas de chegar ao objectivo final.

O plano estratégico começou a ser discutido esta segunda-feira mas, de acordo com as mesmas fontes, ainda voltará a ser debatido numa próxima reunião. 

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