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Mendonça Mendes: “Há margem e caminho “ para ter o apoio do Bloco no Orçamento do Estado

O secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais diz que o Governo em alguns pontos foi até “além daquilo que o Bloco disse” e defende que há margem para que as negociações do Orçamento na especialidade venham a permitir um apoio “amplo” à esquerda.

António Mendonça Mendes decidiu facilitar os pedidos de pagamento de dívidas fiscais a prestações.
Pedro Catarino
05 de Novembro de 2020 às 09:17
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Depois da "surpresa" de ver o Bloco de Esquerda a votar contra o Orçamento do Estado para 2021, ao lado da direita, o Governo admite agora que ainda será possível inverter a situação na votação final global. Em entrevista ao Público e à rádio Renascença, o secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais disse isso mesmo, declarando que no Executivo estão "convencidos que há muita margem e muito caminho para que em sede de especialidade se possa negociar e que o OE possa passar com o mais amplo apoio possível à esquerda".


António Mendonça Mendes lembrou que uma das propostas do Executivo é a criação de uma nova prestação social e sublinha que o Bloco, "quando vota contra o OE, vota contra uma prestação social que foi melhorada e modulada com muitas sugestões do BE". Por isso, acrescenta, "estou convencido que ao longo da especialidade o BE perceberá aquilo que todos já perceberam. Estaremos com a mesma boa-fé e o mesmo coração aberto a fazer a negociação". Até porque "em determinadas circunstâncias, o Governo até foi além daquilo que o BE disse", sublinhou.


Sobre a criação de um 8º escalão para o IRS, como pretende o PCP, Mendonça Mendes deixou claro que o Governo pretende concentrar esforços "no combate à pandemia, tomando medidas com significado em termos financeiros e eficazes mas que sejam medidas extraordinárias, que não sendo permanentes nos permitam depois retomar a situação de equilíbrio do OE". "Nós não queremos aumentar impostos", declarou, "a decisão de procurar responder a esta crise não aumentando impostos é uma decisão muito importante que o Governo leva muito a sério". 

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