Notícia
Fórum para a Competitividade não acredita em metas do Governo para 2017
O gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade diz que há efeitos de base que põem em risco a meta do crescimento do PIB e do défice para o próximo ano.
O Fórum para a Competitividade considera que o Orçamento do Estado para 2017 tem problemas de falta de credibilidade e que os objectivos do défice e do crescimento económico para o próximo ano estão ameaçados pelo facto de o Governo falhar as metas para o corrente ano.
"O relatório do Orçamento de Estado para 2017 inicia-se com um parágrafo quase todo ele falso, o que coloca em causa a credibilidade de tudo o que se lhe segue", lê-se na nota de análise ao Orçamento da instituição presidida por Pedro Ferraz da Costa.
O parágrafo em causa é o seguinte: "A economia portuguesa encontra-se num processo de recuperação após a forte recessão de 2011 a 2013. O ténue crescimento económico que se seguiu teve uma paragem brusca no semestre imediatamente antes da tomada de posse do XXI Governo Constitucional. Desde então encetou-se uma recuperação da actividade e da confiança no futuro da economia e da sociedade portuguesas."
"É verdade que a economia esteve em recessão entre 2011 e 2014", admite o gabinete de estudos do Fórum liderado por economista Pedro Braz Teixeira, para de seguida argumentar que "é estranho designar como "ténue" o crescimento que se seguiu, porque em 2015 a economia cresceu 1,6%, mais do que, segundo o OE2017, deverá crescer no próximo ano (1,5%)".
Na mesma nota são acrescentados outros argumentos: "É falso que tenha tido "uma paragem brusca no semestre imediatamente antes da tomada de posse do XXI Governo Constitucional." Foi exactamente no semestre posterior e não anterior. É falso que "Desde então encetou-se uma recuperação da actividade e da confiança". A actividade desacelerou fortemente e a confiança dos empresários, nacionais e estrangeiros, caiu tanto que levou a uma quebra do investimento".
"Um documento que começa assim põe em causa a sua credibilidade", conclui o Fórum para a Competitividade.
Na mesma nota, o Fórum para a Competitividade mostra ter dúvidas que seja possível a economia crescer 1,5% e o défice baixar para 1,6% no próximo ano, apesar de considerar que o cenário macroeconómico que consta no Orçamento é "relativamente realista". Isto porque há um problema de base tanto nas perspectivas económicas como nas previsões orçamentais.
"Dado que no primeiro semestre o crescimento foi de apenas 0,9%, isso implica que no segundo semestre a economia teria que se expandir em 1,5%, exactamente o valor previsto para o próximo ano. Isto é implausível", diz o Fórum para a Competitividade.
No campo orçamental, o Fórum defende que "a almejada diminuição do défice orçamental, de 2,4% para 1,6% do PIB em 2017, começa por sofrer um efeito base, por ser difícil de acreditar que o valor para 2016 venha a ser cumprido, talvez em termos contabilísticos mas não substanciais. É possível que o que ficar escondido venha a ser revelado no próximo ano, colocando assim duplamente aquela meta em risco".
O Fórum sustenta as reservas com o facto de a execução orçamental até Setembro registar "um desvio anualizado da receita de 2,1% do PIB" e de "todo o trabalho de consolidação [para 2017] ser obtido através do cenário macroeconómico (mais PIB nominal, menor desemprego) e de medidas extraordinárias, que envolvem uma improvável poupança de juros", já que o conjunto de medidas adoptadas pelo Executivo agrava o défice em 0,1% do PIB.
"O relatório do Orçamento de Estado para 2017 inicia-se com um parágrafo quase todo ele falso, o que coloca em causa a credibilidade de tudo o que se lhe segue", lê-se na nota de análise ao Orçamento da instituição presidida por Pedro Ferraz da Costa.
"É verdade que a economia esteve em recessão entre 2011 e 2014", admite o gabinete de estudos do Fórum liderado por economista Pedro Braz Teixeira, para de seguida argumentar que "é estranho designar como "ténue" o crescimento que se seguiu, porque em 2015 a economia cresceu 1,6%, mais do que, segundo o OE2017, deverá crescer no próximo ano (1,5%)".
Na mesma nota são acrescentados outros argumentos: "É falso que tenha tido "uma paragem brusca no semestre imediatamente antes da tomada de posse do XXI Governo Constitucional." Foi exactamente no semestre posterior e não anterior. É falso que "Desde então encetou-se uma recuperação da actividade e da confiança". A actividade desacelerou fortemente e a confiança dos empresários, nacionais e estrangeiros, caiu tanto que levou a uma quebra do investimento".
"Um documento que começa assim põe em causa a sua credibilidade", conclui o Fórum para a Competitividade.
Na mesma nota, o Fórum para a Competitividade mostra ter dúvidas que seja possível a economia crescer 1,5% e o défice baixar para 1,6% no próximo ano, apesar de considerar que o cenário macroeconómico que consta no Orçamento é "relativamente realista". Isto porque há um problema de base tanto nas perspectivas económicas como nas previsões orçamentais.
"Dado que no primeiro semestre o crescimento foi de apenas 0,9%, isso implica que no segundo semestre a economia teria que se expandir em 1,5%, exactamente o valor previsto para o próximo ano. Isto é implausível", diz o Fórum para a Competitividade.
No campo orçamental, o Fórum defende que "a almejada diminuição do défice orçamental, de 2,4% para 1,6% do PIB em 2017, começa por sofrer um efeito base, por ser difícil de acreditar que o valor para 2016 venha a ser cumprido, talvez em termos contabilísticos mas não substanciais. É possível que o que ficar escondido venha a ser revelado no próximo ano, colocando assim duplamente aquela meta em risco".
O Fórum sustenta as reservas com o facto de a execução orçamental até Setembro registar "um desvio anualizado da receita de 2,1% do PIB" e de "todo o trabalho de consolidação [para 2017] ser obtido através do cenário macroeconómico (mais PIB nominal, menor desemprego) e de medidas extraordinárias, que envolvem uma improvável poupança de juros", já que o conjunto de medidas adoptadas pelo Executivo agrava o défice em 0,1% do PIB.