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Esquerda assinala vitórias no Orçamento mas só Verdes garantem voto a favor
No rescaldo da entrega do Orçamento de Estado pela mão de Centeno, os parceiros de Esquerda manifestam-se satisfeitos na generalidade. Contudo, só o partido Os Verdes confirma a aprovação do documento.
PCP, Bloco de Esquerda e Os Verdes já se pronunciaram sobre o Orçamento do Estado submetido esta segunda-feira por Centeno. Apesar de apenas os Verdes assumirem sem reservas que votarão a favor do documento, os restantes partidos à Esquerda registam sobretudo a satisfação pela integração de várias medidas pelas quais se debateram.
"Apesar das insuficiências que nunca deixaremos de assinalar este orçamento contem um conjunto de medidas sentido positivo nas quais o contributo do para o qual o PCP teve grande importância", declarou António Filipe, em nome dos comunistas.
Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, dá conta de uma "negociação de alta intensidade" que resultou num Orçamento "que vai ao fundo daquilo que é importante para as pessoas", nomeando as medidas ao nível dos transportes, educação e valor das pensões.
O Orçamento reflecte tudo o que o BE propôs? "Não", esclarece a deputada. Matérias como as "rendas da energia" ou a garantia de recuperação de rendimentos para os funcionários públicos ou mesmo o nível de investimento público, deixam a desejar da perspectiva dos esquerdistas. Contudo, Mortágua considera "apenas natural" que "quem batalhou tanto" para que certas medidas fossem incluídas no Orçamento queira "continuar essa luta na especialidade", sinalizando a provação do documento na generalidade.
Os Verdes, que assumiram o voto a favor pela voz de Heloísa Apolónia (na foto), sublinharam a relevância que deram ao aumento do investimento público, garantindo que "o PS sozinho traria muito menos investimento" e acusando o Governo de uma "grande obsessão" em relação ao défice.
Debate sobre salários da função pública segue para os sindicatos
O PCP considera "obrigatório" que existam aumentos dos salários da função pública, contudo, redirecciona a discussão para os sindicatos, ressalvando que "tem havido uma fixação mediática" na fasquia dos 50 milhões, o que para os comunistas é nesta altura uma "visão redutora" e não consideram essencial que se fixe este valor. "O aumento concreto da função publica terá de resultar de negociação de governo com os sindicatos", diz António Filipe.
Já o Bloco de Esquerda considera "importante que esses salários possam subir", reclamando um aumento nominal e uma actualização que compense a inflação, incluindo este assunto na lista de prioridades do partido.