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Catarina Martins: "Bloco quer muito que haja acordo, queremos um bom orçamento”
Para a coordenadora bloquista, "o mais importante de tudo é que haja um orçamento que responda às necessidades do país”. Na véspera de nova reunião com o Governo sobre o Orçamento do Estado para 2021, Catarina Martins não afasta um entendimento e garante que “o Bloco quer muito que haja acordo".
O Bloco de Esquerda mantém em aberto a possibilidade de vir a entender-se com o Governo e ajudar a viabilizar o Orçamento do Estado para 2021. A garantia ficou explícita nas declarações feitas por Catarina Martins durante uma viagem ao Algarve, com a coordenadora bloquista a assegurar que "o Bloco quer muito que haja acordo, queremos um bom orçamento".
À margem de uma visita ao centro hospital universitário do Algarve, e em declarações transmitidas pela RTP3, Catarina Martins explicou que, para o Bloco, "o mais importante de tudo é que haja um orçamento que responda às necessidades do país".
"O BE não diz que tem de ser esta medida ou aquela medida, mas diz que têm de ser respostas concretas para a vida das pessoas", disse pedindo "medidas concretas" e lembrando que os bloquistas anunciaram as "suas prioridades há muito tempo". No entender de Catarina Martins, o problema não passa por "saber onde é que [o BE] pode ceder", antes por "saber se construímos soluções para um orçamento para o país".
Esta posição de Catarina Martins contrasta com aquilo que disse João Leão. Este fim de semana, em entrevista ao Dinheiro Vivo/TSF, o ministro das Finanças defendeu que sempre que o Governo se aproximou das pretensões dos bloquistas, "vieram novas exigências".
Numa altura em que é grande a tensão em torno das possibilidade de aprovação do próximo orçamento, uma sondagem da Intercampus para o Negócios e o CM/CMTV mostra que o Bloco terá sido o partido mais favorecido nas intenções de voto devido à abordagem adotada nas discussões acerca das contas públicas para 2021.
O Bloco só vai decidir o sentido de voto no orçamento a 25 de outubro, durante a reunião da Mesa Nacional do partido, ou seja, a três dias da votação do documento na generalidade.
O Governo, pela voz do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, já recordou que o OE2021 pode ser viabilizado à esquerda, ainda que sem a colaboração dos bloquistas, pois bastam PCP, PEV e PAN. No entanto, já esta manhã, o deputado e líder do PAN, André Silva, avisou que, "neste momento" e tal como está, afigura-se "bastante difícil" que o partido possa viabilizar o orçamento.
Esta terça-feira, o primeiro-ministro António Costa vai reunir-se com o Bloco e também com o PCP e o PAN para aprofundar o diálogo e tentar assegurar o apoio (ou abstenção) destes partidos. Para quarta-feira está ainda prevista uma reunião com Os Verdes.
(Notícia atualizada)