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Catarina Martins: "Lone Star está muito provavelmente a assaltar o Estado português"

Para o Bloco de Esquerda, "o sistema financeiro está feito como um clube de amigos".

#36 - Catarina Martins
20 de Outubro de 2020 às 10:46
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A líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, explica porque é que a questão do Novo Banco se tornou mais decisiva para o seu partido na viabilização – ou não – do Orçamento do Estado. A bloquista defende, em entrevista à Rádio Observador, que são demasiado fortes as suspeitas de que "o Lone Star está muito provavelmente a assaltar o Estado português".

"O que o Bloco de Esquerda propõe é uma coisa tão simples, tão razoável. Se todos os partidos estão de acordo que é preciso investigar e que o Lone Star está muito provavelmente a assaltar o Estado português, o que nós fazemos é não garantir mais nenhuma injeção sem resultados dessa investigação", afirma Catarina Martins, rejeitando a hipótese de que o Parlamento se comprometa com uma injeção antes de haver uma auditoria.

Os esquerdistas viabilizaram outros orçamentos nos quais existiram injeções, apesar de "sempre" se terem oposto ao modelo da venda ao LoneStar. Contudo, este ano há um elemento novo que o BE não quer deixar passar. "O que acontece agora é que há indícios que o Lone Star está a vender ativos a preço de saldo e não se sabe muito bem a quem".

Para o BE, "o sistema financeiro está feito como um clube de amigos", já que as quatro grandes empresas que fazem auditorias à banca são as mesmas que fazem negócios com a banca, o que tem como consequência que "do ponto de vista formal bate sempre tudo certo". "Tanto que vamos de escândalo financeiro em escândalo financeiro, com os contribuintes sempre a pagar e anos e anos depois ainda ninguém foi condenado por nada", atira.

Confrontada com o parecer do Ministério Público, que afirmou não haver matéria suficiente para avançar com uma investigação, Catarina Martins afirma que confia no trabalho desta entidade, mas que o que lhe foi perguntado era se, face aos mecanismos formais que existem, havia elementos para investigar. "E face a esses mecanismos não há", afere.

"Com todo o respeito ao Ministério Público, mas se entregarmos isto aos tempos do MP e o Parlamento não fizer nada para saber o que se está a passar, ou o Governo, vamos ter pago tudo ao Lone Star, o Lone Star vende o Novo Banco, até pode destruir o Novo Banco, ir embora, e passaram 10 anos e não sabemos o que passou", conclui Catarina Martins.

Sobre se existirá tempo suficiente para um novo Orçamento do Estado, Catarina Martins garante que o seu objetivo é negociar aquele que está agora em cima da mesa e que "o país tenha soluções a sério". Porque, acusa, "há uma forma terrível de fazer política nos momentos difíceis, que é começarmos todos a arranjar desculpas para falhar. O BE não arranjará desculpas para falhar". Questionada se é esta a postura do primeiro-ministro, a líder do Bloco responde que espera que não seja.

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