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Teodora Cardoso: Se o ministro não fosse Centeno "ainda seria pior"

A ex-presidente do Conselho das Finanças Públicas desvaloriza o papel em particular de Mário Centeno como ministro das Finanças – diz que tem quase o mesmo mérito dos outros. Mas se não fosse Centeno, "ainda seria pior", admite.

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Para Wolfgang Schäuble, ex-ministro das Finanças alemão, Mário Centeno é um "Ronaldo do Ecofin". Mas para Teodora Cardoso, economista e ex-presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP), o atual ministro português tem "o mérito que têm tido quase todos os ministros das Finanças" de Portugal.

Não é que Teodora Cardoso não lhe reconheça competência, a si e à sua equipa, mas defende que há um problema de enquadramento político que o impede de olhar para além do imediato.

"No geral, temos tido bons ministros das Finanças," diz Teodora Cardoso, em entrevista ao Negócios e à Antena 1, no programa Conversa Capital. "O problema é que estão envolvidos num enquadramento que os concentra em resultados imediatos. Todos eles. Os resultados imediatos são bons, e enquanto são bons estão felicíssimos. Quando ficam maus, normalmente o Governo cai e o que vem a seguir põe as culpas no anterior e fica tudo satisfeito," critica.

Para alterar este problema, seria preciso implementar a Lei de Enquadramento Orçamental e olhar menos para o "imediato", argumenta. Seria preciso fazer a "revisão da despesa", mudar a forma como os investimentos são decididos, e promover o sentido de responsabilização política pelas decisões tomadas.
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