Notícia
Passos denuncia regresso de "cepticismo" mas censura Schäuble
O ex-primeiro-ministro diz que tem de haver um "comedimento muito grande" quando se fala sobre pedidos de ajuda externa. Mas diz que têm surgido declarações "denotando (...) desconfiança quanto ao caminho" do Governo.
30 de Junho de 2016 às 16:17
O líder do PSD considerou hoje que a desconfiança dos parceiros europeus em Portugal instalou-se e que "um certo cepticismo" está a regressar quanto ao desenvolvimento orçamental e económico do país.
Numa intervenção num almoço com empresários promovido pelo Internacional Club of Portugal, o presidente social-democrata, Pedro Passos Coelho, falou por duas vezes das declarações que mostram que ao nível político começa a desenvolver-se, sobretudo nos parceiros europeus, a ideia de que Portugal pode "estar novamente no caminho do incumprimento".
Primeiro, sem se referir directamente às declarações proferidas quarta-feira pelo ministro das Finanças alemão sobre um eventual segundo resgate a Portugal, Passos Coelho sublinhou que apesar da renovação do compromisso do Governo de que o país irá cumprir, isso não afastou a desconfiança.
"Na verdade a desconfiança instalou-se", vincou o antigo primeiro-ministro, reiterando que uma vez perdida a credibilidade ou confiança alcançada será muito difícil reverter a situação.
"Isso não se faz telefonando a uns investidores ou reunindo uns exportadores", ironizou, insistindo que o país poderá ser penalizado durante muito tempo se perder o "elo de confiança" com os mercados e que Portugal se está "perigosamente" a aproximar-se de "um período em que essa confiança pode ficar em causa e em que o trabalho para a reconstruir pode ser demorado".
Mais tarde, já em resposta a questões colocadas pelos empresários, Passos Coelho referiu-se directamente às declarações do ministro das Finanças alemão, considerando que Wolfgang Schäuble não deveria ter dito o que disse, "independentemente das motivações que possa ter tido".
"Quando estamos a falar de circunstâncias limite como são as que estão associadas a um pedido de ajuda externa tem de haver um comedimento muito grande, ainda para mais por parte de alguém que tem responsabilidades como ele tem", sustentou, lembrando, contudo, que esta é uma de entre várias declarações que vão aparecendo "denotando expectativa e desconfiança quanto ao caminho que está a ser seguido".
Pois, acrescentou, mesmo quando se fala sobre as sanções que podem ser aplicadas a Portugal, vê-se "um certo cepticismo a regressar quanto à forma como se pode perspectivar o desenvolvimento orçamental e económico em Portugal".
"Acho que era muito importante que o Governo se empenhasse fortemente em deixar muito claro quais são os instrumentos que pode utilizar, independente do acerto ou desacerto das políticas, de que essa situação não ocorrerá", vincou.
Numa intervenção num almoço com empresários promovido pelo Internacional Club of Portugal, o presidente social-democrata, Pedro Passos Coelho, falou por duas vezes das declarações que mostram que ao nível político começa a desenvolver-se, sobretudo nos parceiros europeus, a ideia de que Portugal pode "estar novamente no caminho do incumprimento".
"Na verdade a desconfiança instalou-se", vincou o antigo primeiro-ministro, reiterando que uma vez perdida a credibilidade ou confiança alcançada será muito difícil reverter a situação.
"Isso não se faz telefonando a uns investidores ou reunindo uns exportadores", ironizou, insistindo que o país poderá ser penalizado durante muito tempo se perder o "elo de confiança" com os mercados e que Portugal se está "perigosamente" a aproximar-se de "um período em que essa confiança pode ficar em causa e em que o trabalho para a reconstruir pode ser demorado".
Mais tarde, já em resposta a questões colocadas pelos empresários, Passos Coelho referiu-se directamente às declarações do ministro das Finanças alemão, considerando que Wolfgang Schäuble não deveria ter dito o que disse, "independentemente das motivações que possa ter tido".
"Quando estamos a falar de circunstâncias limite como são as que estão associadas a um pedido de ajuda externa tem de haver um comedimento muito grande, ainda para mais por parte de alguém que tem responsabilidades como ele tem", sustentou, lembrando, contudo, que esta é uma de entre várias declarações que vão aparecendo "denotando expectativa e desconfiança quanto ao caminho que está a ser seguido".
Pois, acrescentou, mesmo quando se fala sobre as sanções que podem ser aplicadas a Portugal, vê-se "um certo cepticismo a regressar quanto à forma como se pode perspectivar o desenvolvimento orçamental e económico em Portugal".
"Acho que era muito importante que o Governo se empenhasse fortemente em deixar muito claro quais são os instrumentos que pode utilizar, independente do acerto ou desacerto das políticas, de que essa situação não ocorrerá", vincou.