A dívida pública medida pelos critérios de Bruxelas ficou em 224,5 mil milhões de euros no final de 2014, o que equivale a 128,7% do PIB, avançou segunda-feira, dia 23 de Fevereiro, o Banco de Portugal. O valor ultrapassa a meta de 127,2% do PIB inscrita no Orçamento do Estado para 2015, e representa uma queda de 2,7 pontos face ao endividamento no final de Setembro de 2014.

O valor de dívida considerado por Bruxelas não tem em conta os depósitos das instituições públicas que pertencem à administração central. Se tal for descontado, então o peso do endividamento público cai cerca de 10 pontos de PIB (perto de 17 mil milhões de euros) para 118,6% do PIB.  Este dinheiro que tem servido de almofada financeira ao Estado será usado em parte este ano para amortizar empréstimos do FMI.

Por outro lado, se for considerada a totalidade das Administrações Públicas, incluindo por exemplo empresas públicas que escapam ao perímetro de Bruxelas, então o endividamento total do Estado (excluindo instituições financeiras) ascende a 287,1 mil milhões de euros, ou 164,6% do PIB (um aumento de cerca de 4 pontos face ao final de 2013).

Os números do Banco de Portugal dão conta de uma estabilização do endividamento do sector privado não financeiro em 2014 nos 397 mil milhões de euros, uma queda de 26 mil milhões de euros face a 2013. Com o crescimento da economia e com a redução dos níveis de endividamento, o peso do endividamento do sector privado não financeiro caiu de 247% do PIB para 227,6% do PIB.

No boletim estatístico publicado esta segunda-feira, 23 de Fevereiro, pelo Banco de Portugal conclui-se que no caso dos particulares o nível de endividamento continuou a diminuir passando de 86,6% do PIB no final de Setembro para 85,7% no final do ano passado. No ano anterior o endividamento das famílias estava acima dos 90% do PIB.

(Notícia corrigida: por lapso, na primeira versão da notícia os valores de Setembro de 2014 foram noticiadados como dizendo respeito a Dezembro de 2013. A dívida pública total ainda não caiu em nenhum desde que a crise começou e o endividamento do sector privado baixou perto de 20 pontos de PIB em 2014)