Portugal registou em 2014 um excedente externo de 3,6 mil milhões de euros, menos 30,2% que os 5,2 mil milhões de 2013. A degradação da posição externa reage a um aumento dos rendimentos pagos ao exterior, uma estagnação do excedente comercial nas trocas de serviços com o resto do mundo, e uma degradação da balança que mede as trocas de bens e mercadorias.

Segundo dados do Banco de Portugal que incluem pela primeira vez informação completa sobre o ano de 2014, o saldo da balança de bens e serviços, que mede as relações comerciais entre Portugal e o resto do mundo foi positivo em 1.981 milhões de euros, recuando cerca de 30% face ao resultado conseguido em 2013.

A explicar a degradação da balança comercial esteve uma estagnação da balança de serviços, positiva em 10,9 mil milhões de euros, e uma degradação do saldo negativo da balança de mercadorias, cujo défice aumentou quase mil milhões de euros de 7,9 para 8,9 mil milhões de euros.

No conjunto do ano, as exportações de bens e serviços cresceram 2,5% e as importações aumentaram 4,1%, o que compara de forma desfavorável com as variações de 2013 (6,6% e 1,7%). Uma evolução que explica a diminuição do excedente da balança comercial (bens e serviços) em cerca de mil milhões de euros. 

A balança de rendimentos, que faz as contas ao deve e haver entre juros, dividendos e outros rendimentos de investimentos entre Portugal e o exterior, também registou uma degradação: saíram de Portugal no ano passado cerca de 2,5 mil milhões de euros, mais 37% que os 1,8 mil milhões de 2013.

Os dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal agregam a informação sobre as transacções de bens e serviços. Os valores conhecidos até hoje, divulgados pelo INE, referem-se apenas a bens. Neste último caso a balança é deficitária em 9,6 mil milhões de euros até Novembro.