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Contas públicas apresentam défice de 31 milhões até final de Fevereiro

As contas públicas apresentaram um défice de 31 milhões até final de Fevereiro, ficando muito abaixo do valor indicativo para o défice no primeiro trimestre, de 1,7 mil milhões de euros, que leva em conta o compromisso assumido com a troika de o reduzir para o equivalente a 4% do PIB no fim ano ano.

Bruno Simão/Negócios
25 de Março de 2014 às 17:06
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De acordo com a síntese de execução orçamental, divulgada nesta terça-feira, 25 de Março, pela Direcção Geral do Orçamento (DGO), o saldo orçamental provisório das Administrações Públicas relevante para efeitos de aferição do cumprimento do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF) registou uma melhoria de cerca de 180 milhões de euros face a igual período de 2013, fixando-se num défice de 30,8 milhões de euros.

 

Ainda que falte contabilizar o mês de Março, este montante fica muito abaixo do valor indicativo para o défice no primeiro trimestre, de 1,7 mil milhões de euros, que leva em conta o compromisso assumido com a troika de reduzir o saldo negativo do conjunto das Administrações Públicas para o equivalente a 4% do PIB no fim de 2014.

 

Até ao fim de Fevereiro, a receita corrente cresceu 5,7%, tendo a receita de impostos subido 8% por comparação com o mesmo período de 2013. Esta subida deve-se, em particular, ao fortíssimo crescimento homólogo de 14,7% da receita arrecadada por intermédio dos impostos directos. Este valor esconde, porém, mexidas de sinal contrário. O IRS subiu 17,7% em termos acumulados, eventualmente devido à menor taxa de desemprego que atingiu o pico no primeiro trimestre do ano passado. Já o IRC, que recai sobre as empresas, caiu 15,2% até o fim de Fevereiro por comparação com o mesmo período de 2013. Esta descida pode ser, pelo menos em parte, explicada por no ano passado muitas empresas, para evitar a subida das taxas, terem antecipado o pagamento de dividendos - e, logo, a respectiva tributação.

 

 

IVA recupera a reboque da economia

 

A receita de impostos indirectos subiu globalmente 2,9% em termos homólogos. Até Fevereiro, a receita do Imposto de Valor Acrescentado (IVA) cresceu 3,6%, a do Imposto sobre Veículos (ISV) aumentou 33,4% e a do Imposto Único de Circulação (IUC) subiu 18,1%. "Em particular, no que respeita à receita acumulada do IVA, a cobrança voluntária relativa a operações internas apresentou um crescimento acumulado de 7,5% em termos homólogos, o que corresponde a um aumento expressivo de 238 milhões de euros face ao mesmo mês de 2013", refere o comunicado do Ministério das Finanças, emitido pouco antes de ter sido disponibilizada a síntese no site da DGO. A tutela justifica este desempenho da receita do IVA com "a recuperação da actividade económica e [com] a crescente eficácia das novas medidas de combate à evasão fiscal e à economia paralela".

 

Já a despesa corrente subiu 3,2%, tendo as subidas mais fortes sido registadas no pagamento de juros (47,7%) e subsídios (44%), neste último caso devido "sobretudo ao aumento da execução de políticas activas de emprego e formação profissional".

 

No caso dos juros, esta forte subida foi determinada pelo "acréscimo dos encargos correntes com a dívida directa do Estado (+53,6%), associado ao pagamento do primeiro cupão

de uma série de Obrigações do Tesouro emitida em Fevereiro de 2013 e à realização de operações de recompra de títulos desta natureza em Fevereiro do ano em curso".

 

Com sinal inverso, as despesas com pessoal desceram 1,7% "o que que reflecte o efeito da medida de redução remuneratória prevista na Lei do Orçamento do Estado para 2014". A legalidade da nova tabela remuneratória foi contestada pelos partidos da oposição junto do Tribunal Constitucional, que ainda não se pronunciou sobre a matéria.

 

O montante gasto com rescisões por mútuo acordo ascendia em Fevereiro a 45,9 milhões de euros, acima dos 38,3 milhões reportados na síntese de Janeiro, e ainda bem abaixo da estimativa do Governo de que poderá gastar entre 300 a 500 milhões de euros para este fim.

 

Dentro das despesas de capital, o investimento subiu 41,1%, desacelerando face ao resultado observado em Janeiro (+75,7%). "Ambas as tendências são atribuíveis ao diferente perfil de execução intra-anual dos pagamentos previstos nos contratos de concessão de infraestruturas rodoviárias", refere a DGO.

 

 

(Notícia actualizada às 18h15)

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