Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Carga fiscal desce mas mantém-se acima de 2013

Técnicos do Parlamento estimam redução da carga fiscal até 2020, mas alertam que nível fica ainda acima do registado em 2013, ano do enorme aumento de impostos.

Bruno Simão
  • ...

A carga fiscal vai baixar nos próximos anos, mas não o suficiente para regressar a níveis anteriores aos verificados antes do enorme aumento de impostos, decidido em 2013 pelo Governo de Passos Coelho. A conclusão consta do relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) ao Programa de Estabilidade a que o Negócios teve acesso.

"Após ter atingido em 2015 o nível mais elevado numa perspectiva histórica, as projecções apontam para uma redução gradual da carga fiscal ao longo do horizonte de projecção, invertendo a trajectória registada nos últimos anos", escrevem os técnicos do Parlamento.

Segundo as contas dos peritos o documento "tem implícita uma redução da carga fiscal ajustada de medidas one-off em 0,6 pontos percentuais até 2020, passando de 34,3% do PIB em 2015, ano em que atingiu o nível mais elevado das últimas décadas, para 33,8% do PIB em 2020".

Desta forma, a UTAO conclui que "apesar da redução implícita nas previsões orçamentais, a carga fiscal deverá permanecer ainda assim acima do nível registado em 2013". Nesse ano, quando o então ministro das Finanças Vítor Gaspar aplicou o "enorme aumento de impostos", a carga fiscal aumentou de 31,5%, em 2012, para 33,3% do PIB, em 2013. O acréscimo foi, sobretudo, resultado da redução do número de escalões no IRS (que passou de oito para cinco).

O Governo de António Costa já disse que quer aumentar o número de escalões do IRS, mas o desenho desta revisão ainda não é conhecido. Na apresentação do Programa de Estabilidade, no final do Conselho de Ministros, Mário Centeno garantiu, porém, que as alterações no IRS terão um impacto neutro. "As medidas fiscais a introduzir nos anos seguintes devem ser neutras em termos fiscais. Precisamente como constava do programa eleitoral e do Programa de Governo, nomeadamente em sede de IRS", afirmou. 

As contas dos técnicos excluem as medidas one-off adoptadas ao longo dos anos e que distorcem a análise por terem impacto na receita fiscal. Em 2013, por exemplo, foi criado um regime de regularização extraordinária de dívidas ao Fisco e à Segurança Social, que aliviou o défice em 0,7 pontos percentuais do PIB, através de um aumento da receita fiscal. 

Ver comentários
Saber mais Programa de Estabilidade UTAO Mário Centeno
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio