Os dados publicados esta manhã Banco de Portugal mostram que a dívida pública na óptica de Maastricht diminuiu de 234,7 para 231,3 mil milhões de euros. Uma descida em cadeia de 1,4%. De referir que o mais relevante será quando este indicador for calculado em percentagem do produto interno bruto (PIB), algo que só conhecemos com uma base trimestral.

Até Fevereiro deste ano, as Administrações Públicas têm um excedente de financiamento, com um resultado líquido de -242 milhões de euros, o que compara com os 336 milhões (valor positivo) de Fevereiro de 2015.

"O valor do financiamento líquido das administrações públicas resultou, por um lado, de uma redução do financiamento concedido pelo exterior (-7,1 mil milhões de euros), com destaque para o reembolso antecipado de empréstimos do FMI (2,0 mil milhões de euros) e, por outro, de um aumento do financiamento obtido junto dos bancos (+5,1 mil milhões de euros) e de outros financiadores residentes (+1,8 mil milhões de euros)", pode ler-se na nota do Banco de Portugal.

Se esta análise for feita por tipo de instrumento, os empréstimos líquidos de depósitos caíram dois mil milhões de euros, enquanto a emissão de títulos avançou 1,7 mil milhões. 

Também esta manhã, o Eurostat publicou o valor de dívida pública final de 2015, colocando-a nos 129% do PIB, um pouco acima do que tinha sido comunicado pelos responsáveis portugueses (128,8%), mas que, ainda assim, representa um alívio face aos 130,2% de 2014. 

Em comparação com outros países da União Europeia, Portugal tem a terceira dívida mais elevada, apenas abaixo de Grécia (176,9%) e Itália (132,7%). 17 dos 28 países têm dívidas superiores ao limite de 60% do PIB. Estónia e Luxemburgo têm os valores mais baixos, com 9,7% e 21,4%, respectivamente.