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Varoufakis não falou com Maria Luís porque estavam em lados opostos da mesa do Eurogrupo

Primeiro, foram as boas maneiras. Agora, foi a disposição dos Estados-membros na reunião em Bruxelas. Depois da polémica do último Eurogrupo, e da troca de galhardetes entre Lisboa e Atenas, os responsáveis pelas contas públicas de Portugal e da Grécia não se cruzaram esta segunda-feira em Bruxelas.

Bloomberg
09 de Março de 2015 às 21:44
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Depois de ter invocado as "boas maneiras" para não falar sobre Maria Luís Albuquerque no último Eurogrupo, Varoufakis culpou hoje a "geografia" para os dois ministros não terem trocado impressões em Bruxelas.

 

"A razão mais provável pela qual eu não falei com Maria Luís Albuquerque é porque ela se sentou no lado oposto da mesa e é um longo caminho de distância, geograficamente falando, e eu não falei com quase nenhum dos ministros que estavam do outro lado da mesa", disse o ministro das Finanças grego esta segunda-feira, 9 de Março.

 

"Falei com muitos ministros do meu lado da mesa, com o ministro espanhol, o irlandês, o italiano, mas só porque estavam do meu lado. Não tivemos hipótese de ir ao outro lado do lago", explicou.

 

Questionado sobre a tensão entre Portugal e a Grécia no Eurogrupo de 20 de Fevereiro, o ministro - hoje visivelmente menos tenso a falar sobre Maria Luís Albuquerque - rejeitou qualquer "mal entendido".

 

"Na Europa convivem opiniões diferentes. Temos não só o direito, mas a obrigação de discordar, mas também temos o dever de nos juntarmos e chegarmos a um compromisso no contexto de procurar os nossos interesses comuns e foi o que fizemos", afirmou.

 

Maria Luís Albuquerque limitou-se a dizer que o encontro com o ministro helénico durante o Eurogrupo "não se proporcionou" e garantiu que "não há nada para esclarecer".

 

Foi no último Eurogrupo, a 20 de Fevereiro, que Yanis Varoufakis invocou as "boas maneiras" para não falar sobre a atitude de Maria Luís Albuquerque durante o encontro. Nesse dia, vários meios de comunicação social noticiaram que Portugal, mas também Espanha, tinha tentado bloquear a extensão por quatro meses do programa para a Grécia.

 

No dia seguinte, a ministra das Finanças de Portugal disse não ter sugerido a "alteração de uma vírgula" e que fez apenas uma "intervenção construtiva" para que a troika reporte a todos os membros do Eurogrupo a avaliação das reformas gregas.

 

Mas a tensão entre Lisboa e a Grécia não ficou por aqui. O primeiro-ministro grego acusou Portugal e Espanha de formarem um "eixo contra Atenas" com o objectivo de tentar "derrubar o Governo do Syriza" e tentar fazer fracassar as negociações no Eurogrupo.

 

Em resposta, Pedro Passos Coelho veio a público rejeitar que Lisboa e Madrid tenham tentado prejudicar Atenas. "O facto de sermos exigentes quanto à necessidade de o Governo grego manifestar de forma muito clara a sua vontade de cumprir com as responsabilidades que foram assumidas pela Grécia no passado é um dever de exigência natural", disse o primeiro-ministro a 2 de Março.

 

Ao comentar a tensão vivida entre os diversos países do sul da Europa, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, apontou que "Espanha e Portugal foram muito exigentes em relação à Grécia".

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