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Segunda vaga deu nova machadada na economia do euro e agravou contração
Os dados sobre a atividade da indústria e serviços, em novembro, são indicativos de uma queda acentuada do PIB e mostram que a atividade económica regressou aos níveis da crise da dívida.
A segunda vaga da pandemia de covid-19 e as novas medidas restritivas impostas pelos governos europeus deram nova machadada na economia da Zona Euro, agravando a contração.
Os mais recentes dados sobre a evolução da indústria e serviços na região, em novembro, são indicativos de "uma queda acentuada do PIB", segundo a Markit Economics, com a atividade económica a regressar, neste quarto trimestre, ao nível de 2012, ano marcado pela crise da dívida na região.
O PMI compósito – que mede a evolução da atividade na indústria e serviços – desceu de 50 pontos, em outubro, para 45,1 pontos em novembro, um valor que indica contração (as leituras abaixo de 50 pontos sinalizam contrações) e que é o mais baixo desde maio.
"À exceção das quedas vistas nos dois primeiros trimestres deste ano, o PMI médio de 47,6 pontos no quarto trimestre, até agora, é o mais baixo desde o último trimestre de 2012 (durante a crise da dívida na região) e indicativo de uma queda acentuada do PIB", refere a Markit Economics.
A deterioração da atividade foi generalizada, mas mais vincada no setor dos serviços, que registou uma contração pelo terceiro mês consecutivo, com a taxa de declínio "a acelerar ao ritmo mais rápido desde maio". Aqui, o PMI caiu de 46,9 para 41,3.
No que respeita à indústria, o crescimento foi marginal em novembro, e o mais fraco desde o início da recuperação do setor, em julho, devido ao abrandamento na subida das encomendas.
"A economia da Zona Euro voltou a um forte declínio em novembro, devido aos esforços renovados para conter a crescente onda de infeções por covid-19. Os dados aumentam a probabilidade de a área do euro ver o PIB a contrair novamente no quarto trimestre", refere o economista-chefe da Markit Economics, Chris Williamson, citado no relatório.
O responsável sublinha ainda que a desaceleração adicional da economia sinalizada para o quarto trimestre representa um grande revés para a saúde da região e vai estender o período de recuperação.
Depois de uma contração de 7,4% do PIB em 2020, a Markit Economics espera agora um crescimento de apenas 3,7% em 2021.